Trigramas e Hexagramas: Desvendando os Segredos - Parte I - Capítulo V

Capítulo V
Desvendando os Segredos - Parte I
Trigramas e Hexagramas







O Fio da Meada







Sexta Linha      ___  ___               O
Quinta Linha         ___  ___          I Ching
Quarta Linha                ___  ___               do
Terceira Linha       _______          Caminho
Segunda Linha      _______               do
           Primeira Linha    _______              Céu





Janine Milward



Primeiro Volume


Conceitos Fundamentais sobre I Ching, 
o Livro das Mutações



Editora Estrela do Belém




O Fio da Meada


 I Ching do Caminho do Céu

Janine Milward

Direitos Reservados © 1997
Registro 142.090 Livro 230 Folha 433
Segunda Edição Revisada





Primeiro Volume


Conceitos Fundamentais sobre I Ching, o Livro das Mutações

Janine Milward



Capítulo V

Desvendando os Segredos - I

Trigramas e Hexagramas


O I Ching do Caminho do Céu
Constância e Duração
Linha Yang e Linha Yin
Linha da Terra, Linha do Homem, Linha do Céu
O Princípio Primordial, o Tesouro do Espírito, o Tao e o Te, o Caminho e a Virtude


A Criação dos Filhos e Filhas do Céu e da Terra
Linhas Yin e Yang entrelaçando-se e trazendo seus Simbolismos no tecimento dos Filhos

Alguns Posicionamentos, Movimentos. Simbolismos, Atributos e Imagens
em Wu Chi e em Tai Chi - Céu Anterior e Céu Posterior -
da Família do Céu e da Terra

Trigramas e Hexagramas
Trigrama Primordial ou Trigrama da Terra ou Trigrama Interior ou Trigrama Inferior
Trigrama Visitante ou Trigrama do Céu ou Trigrama Exterior ou Trigrama Superior
Trigrama: Linha da Terra, do Homem, do Céu
Hexagrama: Linhas da Terra, do Homem, do Céu
Alguns Exemplos de Hexagramas levando em conta as Imagens formadas pelos dois Trigramas e também pela movimentação de suas Linhas


O Homem e os Trigramas Nucleares formando o Hexagrama Nuclear
Começando a Compreender acerca a Importância dos Trigramas Nucleares
e do Hexagrama Nuclear através o posicionamento do Homem
Linhas do Homem e a formação dos Trigramas Nucleares e do Hexagrama Nuclear
Aprendendo a Extrair os Trigramas Nucleares e o Hexagrama Nuclear do Hexagrama Original
Exemplo de Trigramas Nucleares e de Hexagrama Nuclear extraídos do Hexagrama Original
e que fazem parte atuante nos Textos do Julgamento, da Imagem e das Linhas





Trigramas e Hexagramas

Janine Milward


O I Ching do Caminho do Céu

Constância e Duração

Lao Tse, o Mestre do Tao, nos diz em seu Capítulo 7 do Tao Te Ching, o Livro do Caminho e da Virtude:
O céu é constante, a terra é duradoura
O que permite a constância e a duração do céu e da terra
É o não criar para si.
Por isso, são constantes e duradouros.

No Capítulo 40, Lao Tse nos fala sobre o Retorno:

O retorno é o movimento do Caminho
A suavidade é a atuação do Caminho
Os seres sob o céu nascem da existência
E a existência nasce da não-existência


Com o renascimento do universo, K’un, A Terra, tornou-se a Abrangência do próprio Vazio, a Não-Luz - o Yin Supremo. Ch’ien, O Céu, tornou-se o Criativo da Luz que preenche esse Vazio - o Yang Supremo..

K’un, A Terra, identificava-se com a multiplicidade, a amplidão, o Espaço, o Vazio do Espaço. Ch’ien, O Céu, identificava-se com a unidade, a continuidade, o Tempo.

A Luz constante de Ch’ien, O Céu, O Criativo, e a criação duradoura de K’un, A Terra, O Receptivo, surgem do Tao.


A constância de Ch’ien, O Céu, o Yang absoluto, é simbolizada pela linha contínua:

________


A duração de K’un, A Terra, o Yin absoluto, é simbolizada pela linha vazada

___ ___


Tao é o Caminho.
O Tao gera o Um, o Princípio Primordial, O Sopro do Tao, a energia do Absoluto.

O Um – advindo do Absoluto – gera o Dois, o Tai Chi: O Yang, o claro, e o Yin, o obscuro.

O Dois gera o Três: O Céu, A Terra e toda a natureza sintetizada no Homem.

O Céu revela o Princípio Primordial, O Tao;

A Terra revela o Tesouro do Espírito, O Te, A Sagrada Leitura;

O Homem revela o Mestre, aquele que retorna ao Princípio Primordial através do Tesouro do Espírito.

Para bem imajar esses três Princípios, tanto a linha contínua, Yang, quanto a linha vazada, Yin, passam a formar os dois Trigramas Primordiais, como segue:

A linha primeira, a contar de baixo para cimaé a linha da Terra, o Te, A Virtude, O Tesouro do Espírito.

A linha do meio, a contar de baixo para cima, é a linha do Homem, aquele que se situa entre o céu e a terra.

A terceira linha, a contar de baixo para cima, é a linha do Céu, o Tao, O Princípio Primordial.


Sempre as Linhas são contadas de baixo para cima - porque tudo começa na Terra e termina no Céu e tem o Homem como o principal integrador de Céu e Terra.



Primordialmente, A Família do Céu e da Terra forma o Revirão dos

Oito Trigramas Primordiais:


O Trigrama Primordial do Céu, Ch’ien, O Criativo, o Pai, o Sublime Yang da Luz Suprema:

A linha do Céu                ________
A linha do Homem     ________
A linha da Terra      ________

E o Trigrama Primordial da Terra, K’un, O Receptivo, a Mãe, O Sublime Yin da Não-Luz Suprema:

A linha do Céu          ____ ____
A linha do Homem      ____ ____
A linha da Terra        ____ ____



Os Filhos do Meio possuem a Linha diferenciada ao centro, ao meio, e são representativos e imajam os filhos diretos do Céu e da Terra, ou seja, nosso Sol e nossa Lua :

O Fogo, Li, O Sol, é considerada a filha do meio pois, sendo filha direta de seu pai, Ch’ien, O Céu, recebe de sua mãe, K’un, A Terra, a linha Yin no centro, o lugar do Homem.  Esta Linha Yin entre duas Linhas Yang de Li, o Fogo, representa a Lucidez, a Claridade, a Consciência, o Olho, é o Sol!  A Linha Yin ao centro é aquela que se condiciona, que adere a tudo aquilo que pode conter Li, o Fogo, ou seja, as duas Linhas Yang exteriores: Li, o Fogo, é o Aderir.



_____         Linha do Céu
__ __                Homem
_____                Terra


A Água, Kan, A Lua, é considerado o filho do meio pois, sendo filho direto de sua mãe, K’un, A Terra, recebe de seu pai, Ch’ien, O Céu, a linha Yang no centro, o lugar do Homem.  Esta Linha Yang entre duas Linhas Yin de K’an, a Água, representa a continuidade da Água mesmo que dentre tantas diferentes formas de manifestação: pingos de chuva, olho de água, filete de água, regato, riacho, rio.... e neve e geada e gelo....  e também, ao caírem todos os pingos no mar, tudo novamente retorna ao céu, evaporando, virando nuvem... e novamente caindo em gotas de chuva bendita.  A Linha Yang ao centro é aquela que vai em continuidade infinita da doação de vida que a Água possui enquanto as duas Linhas Yang exteriores traduzem a imensa variedade de situações em que a Água se manifesta: a Água vai a todos os lugares.

__ __               Linha do Céu
_____                           Homem
__ __                          Terra




Os Filhos Mais Velhos possuem a Linha diferenciada ao começo do Trigrama, a Primeira Linha, a Linha Inicial e são aqueles que recebem a doação tanto da linha vazada, Yin, quanto da linha contínua, Yangpara o lugar da Terra dentro dos Trigramas do Céu e da Terra:

Chen, O Trovão, O Incitar, O Despertar, O Retorno da Luz, O Irromper .é considerado o filho mais velhopois, sendo filho direto de K´un, O Terra, O Receptivo, recebe o Yang de seu pai, Ch’ien, O Criativo, trazendo-lhe a energia do Retorno da Luz. em sua primeira linha (a linha da Terra),  A Linha Yang, seguida das duas Linhas Yin, no lugar da Terra faz com que a vida retorne, desabroche.  A Linha Yang é doadora da Luz de Ch'ien, o Pai, enquanto as duas Linhas Yin são receptivas à esta doação de Luz, permitindo que a vida possa acontecer através a Não-Luz Yin.  Chen sempre traz consigo o começo da vida na Terra.

__ __               Linha do Céu
__ __                          Homem
_____                         Terra



Sun, O Vento, A Suavidade, A Madeira. é considerada a filha mais velha, pois sendo filha direta de seu pai Ch’ien, O Céu, recebe a linha Yin de sua mãe, K’un, A Terra, trazendo-lhe o Retorno da Não-Luz em sua primeira linha ( a linha da Terra).  O Vento leva para distante todas as sementes que foram geminadas e que estão sendo desabrochadas em natureza - assim como acontece em Chen, o Trovão.  Sendo assim, essa expansão da vida em seu desabrochar e na preservação e continuidade da mesma, acontece com as duas Linhas Yang herdadas do Pai, Ch'ien, mas tudo precisa estar bem entranhado na Terra, a Mãe-Gaia, e então, Sun, o Vento, torna-se Sun, a Madeira1, através a Linha Yin, em primeiro lugar.



_____         Linha do Céu
_____                 Homem
__ ___                Terra




Os Filhos Mais Jovens possuem a Linha diferenciada ao alto do Trigrama, a Terceira Linha, a Linha Final e são aqueles que recebem a doação tanto da linha vazada, Yin, quanto da linha contínua, Yangpara o lugar do Céu dentro dos Trigramas do Céu e da Terra:

Ken, A Montanha, A Quietude, O Mestre. é considerado o filho mais jovem, pois, sendo filho direto de sua mãe, K´un, A Terra, O Receptivo, recebe o Yang do Criativo, trazendo-lhe a confiança da permanência na terra. em sua terceira linha (a linha do Céu).  A única Linha Yang de Ken, a Montanha, é o lugar onde o Sublime Yang encontra-se com o Céu, assim fazendo com que o Mestre seja aquele que possui sua mente voltada para a transcendência...., enquanto as duas Linhas Yin o prendem à Terra, o lugar de encarnação e de plenitude de materialização - porque a Iluminação e a Imortalidade, a Liberação, têm que acontecer dentro da plenitude da encarnação: Luz é matéria.  Ken, a Montanha, é o Trigrama que trata do Homem que expande sua consciência para se tornar o Mestre.

_____              Linha do Céu
__ __                          Homem
__ __                          Terra



Tui, O Lago, A Alegria. é considerada a filha mais jovem, pois sendo filha direta de Ch'ien, O Céu, recebe, o Yin do Receptivo, trazendo-lhe a receptividade do céu na terra. em sua terceira linha (a linha do Céu).  As duas Linhas Yang de Tui, o Lago, são aquelas que se prendem à Terra, sim, porém sempre traduzindo o Céu, ou seja, realizando a Sincronicidade: assim na Terra como no Céu.  A Linha Yin no Lugar do Céu, a Terceira Linha, é aquela que se abre em receptividade a tudo aquilo que é doado ao céu, é o Espelho do Céu. Tudo aquilo que é espelhado por Tui, o Lago, advindo do Céu e sendo recebido através sua Linha Yin, acaba sendo traduzido em questões celestes porém situadas na Terra.

___  ___              Linha do Céu
_______                      Homem
_______                      Terra







A Criação dos Filhos e Filhas
do Céu e da Terra


Nossa consciência é atada à Terra, a Mãe, K'un, o lugar onde estamos.

 Nossa consciência em ampliação faz acontecer a Montanha, o Mestre, Ken, a Quietude, o homem que busca sua realização dentro de seu Caminho da Iluminação e da Imortalidade ou Liberação até se tornar Homem Sagrado. 

A Terra e a Montanha realizam-se, enquanto Vida manifestada e encarnada, através a possibilidade de vida que é doada pela Água, K’an, a Água, que traz consigo a Sabedoria e vai buscando por todos os lugares. 

A vida manifestada é então não somente vivenciada pela terra, pela rocha e pela água mas também pela madeira, em Sun, o Vento, a Madeira, e esta vegetação é levada adiante pelo vento e eclode a vida, desabrocha a vida através Chen, o Trovão, o Incitar, que acaba trazendo o Fogo, Li, para a terra, ampliando a consciência do Homem que já se encontra entre o Céu e a Terra. 

Esta expansão da consciência acontece através seu espelhamento permitido por Tui, O Lago, que espelha Ch'ien, o Céu, o Pai, o Criativo, o doador da vida infinitizada e iluminada à K'un, a Terra, o Receptivo.


Chien e K'un, o Sublime Yin e o Sublime Yang, Céu e Terra, Criativo e Receptivo, Luz e Não-Luz, aqueles que restaram do dilúvio - a expressão mínima e primordial da Criação -, estavam sobre uma montanha alta.  Essa montanha acaba sendo sua ligação mais forte  entre ambos: é o lugar onde a Terra se encontra mais próxima ao Céu. 

Sabemos que a Terra possui um movimento descendente e sabemos que o Céu possui um movimento ascendente.  O movimento ascendente do Céu é também realizado dentro de seu Atributo de Constância enquanto o movimento descendente da Terra é também realizado dentro de seu Atributo de Duração. 

Sendo assim, enquanto Ch'ien, o Pai, o Céu, realiza-se dentro da Luz propiciada pelo Tao através o Espírito, K'un, a Mãe, a Terra, realiza-se dentro da Não-Luz propiciada pelo Tao através a Alma. 

Enquanto Ch'ien, o Pai, realiza-se dentro da Linha Contínua e infinitizada e iluminada, K'un, a Terra, a Mãe, realiza-se dentro da Linha Vazada e pluralizada e receptiva. 


Esta interação entre Luz e Não-Luz faz acontecer as seis possíveis realizações de entremeamento de Sublime Yang e Sublime Yin através o tecimento de cada um dos Seis Filhos:


Ken, a Montanha,  Quietude,  é a própria imagem dessa fusão mais íntima entre o Céu e a Terra e portanto é o Mestre sentado em seu silêncio - é o homem, aquele que traz consigo a compreensão da fusão entre o Céu e a Terra e realiza em si essa inter-ligação.

A Montanha vem mostrar a concretização plena do Planeta Terra, sua solidificação, seu resfriamento, aprontando seu solo para receber a natureza como um todo, toda a Criação que aqui vive.  As duas linhas Yin que compõem Ken, A Montanha, vem nos falar de sua plena interação com sua Mãe Terra, K'un, O Receptivo.  Porém, sua linha Yang ao alto cumpre sua missão de integração plena com Ch'ien, o Criativo, recebendo suas bênçãos da forma mais aproximada possível, dentro da Terra, dentro do Mundo da Manifestação.

________
___   ___
____  ___


Ken, A Montanha, A Quietude, O Mestre. é considerado o filho mais jovem, pois, sendo filho direto de sua mãe, K´un, A Terra, O Receptivo, recebe o Yang do Criativo, trazendo-lhe a confiança da permanência na terra. em sua terceira linha (a linha do Céu)



Depois, a Terra acolheu a Água - possivelmente advinda dos meteoros incessantes que se chocavam com nosso solo, ainda em tempos primordiais da formação do nosso sistema solar.  A água nos vem falar do começo da vida sendo instaurada em nosso Planeta. 

K'an, a Água, integra-se perfeitamente com K'un, sua Mãe Terra, através de suas duas linhas Yin, uma ao começo e outra ao final do Trigrama.  Porém, a linha Yang ao meio do Trigrama - representativa do Homem - é aquela que indica a vida no Planeta.
___  ___
_______
___  ___


A Água, K’an, A Lua, O Abismal, é considerado o filho do meio pois, sendo filho direto de sua mãe, K’un, A Terra, recebe de seu pai, Ch’ien, O Céu, a linha Yang no centro, o lugar do Homem



Essa fusão de água com o solo da Terra, acabou proporcionando o advento da vida da natureza.  Essa natureza acaba sendo também imajada através da madeira - porque a flora se iniciou ainda antes da fauna e da conseqüente vida humana -, e certamente tudo isso pôde vir a acontecer a  partir do advento do ar, da atmosfera. 

Em Sun, o Vento, a Madeira, encontraremos duas linhas Yang, a segunda e a terceira, representativas do Homem e do Céu, e uma linha Yin, a primeira, representativa da Terra.  Sendo assim, existe o movimento descendente de Sun, o Vento, enquanto Madeira e arraigado à Terra.  E existe seu movimento ascendente, enquanto Ar e voltando para o Céu.
________
_______
___  ___


Dessa forma, podemos compreender que a Mãe Terra, K'un, deu berço a si mesma de forma inteiramente concretizada através de seus Filhos Ken, a Montanha, K’an, a Água, e Sun, o Vento.  A Montanha e a Água possuem movimentos descendentes, assim como a Terra.  Porém o Vento, quando imaja o Ar, já possui movimento ascendente.  No entanto, também o Vento imaja a Madeira, que possui movimento descendente, preso à Terra.

Sun, O Vento, A Suavidade, A Madeira. é considerada a filha mais velha, pois sendo filha direta de seu pai Ch’ien, O Céu, recebe a linha Yin de sua mãe, K’un, A Terra, trazendo-lhe o Retorno da Não-Luz em sua primeira linha ( a linha da Terra)



Todas essas inter-relações deram motivação ao advento de Chen, o Trovão.  O Trovão nasce na Terra mas acaba sendo evocado no Ar, em direção inteiramente ascendente, rumo ao Céu.  Através do Trovão, existe essa inter-ligação da vida contínua atuada por Ch'ien, o Pai, o Criativo, e a possibilidade dessa mesma continuidade infinita e iluminada da vida contínua ser atuada de forma plural por K'un, a Mãe, o Receptivo, em sua formatação da criação concretizada da natureza, como um todo, em sua linha vazada, dupla, que nos traz a idéia de pluralidade enquanto a linha contínua do Criativo nos traz a idéia da unicidade do Tao, o Absoluto.

Em Chen, o Trovão, encontraremos a primeira linha - linha da Terra - em atuação Yang, o Retorno da Vida, e fazendo esse retorno da vida acontecer inteiramente associado à Terra pela confirmação das duas linhas Yin seguintes, linhas do Homem e do Céu, em atuação Yin.
___  ___
___  ___
_______


Chen, O Trovão, O Incitar, O Despertar, O Retorno da Luz, O Irromper .é considerado o filho mais velhopois, sendo filho direto de K´un, O Terra, O Receptivo, recebe o Yang de seu pai, Ch’ien, O Criativo, trazendo-lhe a energia do Retorno da Luz. em sua primeira linha (a linha da Terra),



O Trovão acaba trazendo consigo o Fogo, o raio dinamizador da vida, através Li, o Fogo - também imajado por seu movimento inteiramente ascendente.  O Fogo, no entanto, precisa sempre Aderir a algo e esse algo precisa ser objetivado dentro do Mundo da Manifestação, ou seja, dentro da concretude da forma da Criação advinda de K'un, A Terra, a Mãe, o Receptivo.

Sendo assim, a linha Yin - linha do meio e pertencente ao Homem - em Li, o Fogo, é seu Vazio que se interliga essencialmente à Terra, K'un, o Vazio.  No entanto, suas duas linhas Yang - primeira e terceira, linhas da Terra e do Céu - perfazem a ligação de fusionamento de ação do Fogo entre a Terra e o Céu, entre o Aderir e sua própria e natural expansão.
_______
___  ___
_______


O Fogo, Li, O Sol, é considerada a filha do meio pois, sendo filha direta de seu pai, Ch’ien, O Céu, recebe de sua mãe, K’un, A Terra, a linha Yin no centro, o lugar do Homem



Finalmente, tudo novamente retorna à Terra, o Receptivo, em sua concretização de vida dentro do Mundo da Manifestação porém sempre podendo refletir em si mesmo o Mundo da Não-Manifestação de vida do Pai, o Criativo.  Portanto, entra em cena Tui, o Lago, a reunião de todas as Águas perfazendo o imenso espelho do Céu na Terra, permitindo a realização do grande ciclo da vida, através do ciclo da Água. 

Portanto, o Lago possui movimento descendente, por estar colado à Terra, mas também possui, de alguma maneira, movimento ascendente, porém apenas de forma subjetiva, por espelhar o Céu, por permitir que o ciclo da água da vida possa realizar seu Retorno aos céus - do sutil à materialização e ao retorno ao sutil: esse é o ciclo da vida, assim como a conhecemos, dentro do Tao da Criação.

A terceira linha de Tui, o Lago - linha do Céu - é uma linha Yin que permite que o Vazio de K'un, a Mãe, a Terra, possa vir a acontecer de forma que o Céu possa vir a ser espelhado na Terra de forma plena em sua vida de atuação Yang através das suas duas linhas, primeira e segunda, que expressam a própria Terra e o Homem.
___  ___
_______
_______

Tui, O Lago, A Alegria. é considerada a filha mais jovem, pois sendo filha direta de Ch'ien, O Céu, recebe, o Yin do Receptivo, trazendo-lhe a receptividade do céu na terra. em sua terceira linha (a linha do Céu).


A Família do Céu e da Terra:


___ ___         ______
___ ___        _______
___ ___        _______

K’unA Terra       Ch’ienO Céu


_______         ___ ___        ___ ___
___ ___         _______        ___ ___
_______         ___ ___        _______

Li, O Fogo            K’an, A Água      Chen, O Trovão


_______        ___ ___       _______
_______        _______       ___ ___
___ ___        _______       ___ ___

Sun, O Vento    Tui, O Lago         Ken, A Montanha







Alguns Posicionamentos, Movimentos. Simbolismos, Atributos e Imagens
em Wu Chi e em Tai Chi
da Família do Céu e da Terra


Ao longo dos textos sobre o Julgamento ou sobre a Imagem ou, fundamentalmente, sobre as Seis Linhas de cada um dos 64 Hexagramas do I Ching, estaremos sempre nos deparando com Alguns Simbolismos e Alguns Atributos e Algumas Imagens e Posicionamentos no Wu Chi e no Tai Chi, Céu Anterior e Céu Posterior, Mundo da Não-Manifestação e Mundo da Manifestação, pertencentes a cada um membro da Família do Céu e da Terra. 


O CÉU ANTERIOR - WU CHI -
O MUNDO DA NÃO-MANIFESTAÇÃO




O CÉU POSTERIOR - TAI CHI -
O MUNDO DA MANIFESTAÇÃO





Posicionamentos em Wu Chi e em Tai Chi
- Céu Anterior e Céu Posterior -

Ch'ien, o Céu, e  K'un, a Terra - Pai e Mãe
Li, o Fogo , e K’an, a Água - a Filha e o Filho do Meio






Em Ch'ien, o Céu, todas as Linhas são Yang - é o próprio Sublime Yang que se realiza, junto ao Sublime Yin, no Tai Chi, a Luz e a Não-Luz.   Em K'un, a Terra, todas as Linhas são Yin - é o próprio Sublime Yin, junto ao Sublime Yang, no Tai Chi, a Não-Luz e a Luz.

As Linhas Yang são ativas e tendem ao movimento ascendente.  No Trigrama Ch'ien, o Céu, encontraremos atividade, força e movimento ascendente.


Ch'ien, o Pai, o Céu, o Sublime Yang, o Criativo, posiciona-se no Sul, o lugar do Verão, a Luz, dentro do Wu Chi ou Céu Anterior ou Mundo da Não-Manifestação - enquanto seu oposto e complementar, K'un, a Terra, o Sublime Yin, o Receptivo, posiciona-se no Norte, o lugar do Inverno, a fuga da Luz, a Não-Luz.

As Linhas Yin são receptivas e tendem ao movimento descendente.  No Trigrama K'un, a Terra, encontraremos receptividade, abnegação e movimento descendente.





Ao serem formados os pontos cardeais levando em consideração não somente os Solstícios - Verão e Inverno, Sul e Norte - mas também os Equinócios - Primavera e Outono, Leste e Oeste -, entram em cena os Filhos do Meio, o Fogo, o Sol, e a Água, a Lua, para se posicionarem, respectivamente, no Leste e no Oeste, na Primavera e no Outono.



Os Quatro Pontos Cardeais
No Wu Chi, o Céu Anterior, o Mundo da Não-Manifestação



Os Pontos Cardeais, no Céu Anterior,
 sendo apresentados através a figura do Analema, 
o Oito do Revirão do Sol, 
em seu aparente caminhar ao longo de um ano:






Li, O Fogo, o Sol, traz consigo duas Linhas Yang, em suas extremidades representativas da Linha da Terra e da Linha do Céu enquanto a única Linha Yin se posiciona ao centro do Trigrama, o lugar da Linha do Homem.

K’an, a Águaa Lua,  traz consigo duas Linhas Yin, em suas extremidades representativas da Linha da Terra e da Linha do Céu enquanto a única Linha Yang se posiciona ao centro do Trigrama, o lugar da Linha do Homem.

Li, o Fogo, o Sol e K’an, a Água, a Lua, são os dois Filhos mais representativos e herdeiros mais diretos de seus pais Ch'ien, o Pai, o Céu, e K'un, a Mãe, a Terra.  Li, o Fogo, o Sol, possui movimento ascendente enquanto K’an, a Água, a Lua, possui movimento descendente.

Depois que toda a Criação é realizada, através do entrelaçamento das Linhas Yin e Yang formando os Seis Filhos, Ch'ien, o Céu, o Pai, o Sublime Yang - juntamente com K'un, a Terra, o Sublime Yin, a Mãe -, se retiram, ou seja, doam as posições de Verão e de Inverno, de Sul e de Norte, para seus dois Filhos do Meio, aqueles que efetivamente realizam a manifestação concreta e objetivada da Luz de Ch'ien, o Pai, e a Não-Luz de K'un, a Terra.   Sendo assim, Li, o Fogo, o Aderir, o Sol, toma o lugar do Verão, do Sul, e K’an, a Água, o Abismal, a Lua, toma o lugar do Inverno, do Norte, no Tai Chi, no Céu Posterior, no Mundo da Manifestação.  E Ch'ien, o Céu, o Pai, toma o lugar do noroeste, enquanto K'un, a Mãe, a Terra, toma o lugar do sudoeste.


Céu Posterior aglutinando Li, o Fogo, e K’an, a Água,
 para o Sul e para o Norte:







Vemos, portanto, que Ch'ien, o Céu, o Pai, e K'un, a Terra, a Mãe, deixam as posições fundamentais de Verão e de Inverno, de Sul e de Norte - os dois momentos mais representativos e opostos complementares do andamento aparente do Sol.  Enquanto que Li, o Fogo, o Sol, e K’an, a Água, a Lua, se posicionam no Leste e no Oeste, na Primavera e no Outono (quando Ch'ien, o Céu, e K'un, a Terra, se posicionam no Sul e no Norte, no Verão e no Inverno no Céu Anterior, no Mundo da Não-Manifestação), porém não deixam de fazer parte dos quatro pontos cardeais quando o Céu e a Terra se retiram e os posicionam no Sul e no Verão, em Li, o Fogo, o Sol, e no Norte e no Inverno, em K’an, a Água, a Lua, no Céu Posterior, quando entra em cena o Mundo da Manifestação.

K'un, a Terra, no sudoeste dentro do Tai Chi, do Céu Posterior, do Mundo da Manifestação, ainda situa-se de forma mais  exteriorizada - ou seja, sucede o Verão, o Sul, que é realizado por Li, o Fogo, o Sol  -, e antecede a retirada que acontece em Tui, o Lago, o Outono, o Oeste.  Sendo assim, em K'un, a Terra, estaremos encontrando a Preservação, a Conservação de tudo aquilo que foi criado.

Esta Preservação, esta Conservação realizada por K'un, a Terra, no sudoeste no Mundo da Manifestação, acaba tendo que ser elevada a uma dimensão outra - após a retirada que acontece em Tui, o Lago, o Outono, o Oeste, pois que Ch'ien, o Céu, o Criativo, o Pai, vai se posicionar no noroeste dentro do Mundo da Manifestação, no Céu Posterior, no Tai Chi, ocupando o meio caminho entre o Oeste do Outono e o Norte do Inverno: no Outono a Retirada acontece e no Inverno, existe a Dormência concluidora do ciclo anterior e gestadora do novo ciclo a vir-a-ser.  A real conclusão do ciclo acontece em Ch'ien, o Céu, em dimensão outra e é também nesta outra dimensão que a Criação é preparada para sua Dormência e para sua conseqüente gestação de seu  vir-a-ser.
.........................

Por tudo isso, podemos perceber que, sempre que nos depararmos com Ch'ien e K'un, Céu e Terra, Pai e Mãe, seus posicionamentos ponteadores de Sul e de Norte, de Verão e de Inverno, no Céu Anterior, serão lembrados bem como seus posicionamentos mais retirados de Noroeste e de Sudoeste, entre Oeste e Norte e entre Sul e Oeste, entre Outono e Inverno e entre Verão e Outono estarão atuando enquanto seus posicionamentos devidos no Céu Posterior.

Da mesma forma, podemos perceber que, sempre que nos depararmos com Li, o Fogo, o Sol, e K’an, a Água, a Lua, seus posicionamentos de Leste e Oeste no céu Anterior serão lembrados bem como seus posicionamentos substitutivos de Ch'ien, o Pai, o Céu, para o Sol em Li, o Fogo, e de K'un, a Terra, a Mãe, para a Lua em K’an, a Água.



Posicionamentos em Wu Chi e em Tai Chi
- Céu Anterior e Céu Posterior -

Chen, o Trovão, o Filho mais Velho
Tui, o Lago, a Filha mais Nova


Até este momento - No Céu Anterior, no Mundo da Não-Manifestação, Wu Chi, encontraremos Ch'ien, o Céu, o Pai, na posição do Sul, o Verão, e K'un, a Terra, a Mãe, na posição do Norte, o Inverno.  São os Solstícios.  Vimos que Li, o Fogo, o Sol, toma o lugar do Equinócio da Primavera, no Leste, enquanto K’an, a Água, a Lua, toma o lugar do Equinócio do Outono, no Oeste.

Até este momento - No Céu Posterior, no Mundo da Manifestação, Tai Chi, encontraremos Ch'ien, o Céu, o Pai, posicionado no noroeste, e encontraremos K'un, a Terra, a Mãe, posicionado no sudoeste.  Ambos foram substituídos, respectivamente, por seus Filhos do Meio, Li, o Fogo, e K’an, a Água, em seus posicionamentos no Sul, no Verão e no Norte, no Inverno.


No Céu Anterior, Tui, o Lago, a Filha mais Nova, identifica-se com o posicionamento entre o Leste, a Primavera de Li, o Fogo, o Sol, e o Sul, o lugar do Verão, de Ch'ien, o Pai.  Tui, o Lago, traz em suas Linhas da Terra e do Homem, a herança da Linha Yang do Pai e em sua Linha do Céu, a herança da Linha Yin da Mãe.  No entanto, esta herança também é advinda do Sol, da Linha do Homem em Li, o Fogo.  Sendo assim, Tui, o Lago, a Alegria, traz consigo a antecipação do Verão de Ch'ien, o Pai, ao mesmo tempo que também traz consigo a preservação da Primavera de Li, o Fogo.

Tui, o Lago, tem movimento descendente... embora traga consigo a possibilidade do reflexo do Céu, de Ch'ien, do Pai - e isto a leva a tender a um movimento ascendente, da mesma forma.  No entanto, por ser a reunião das Águas, em Tui, o Lago, o movimento mais evidente é o movimento descendente.  Porém, esse movimento ascendente é mais visível quando se trata de seu posicionamento no Mundo da Não-Manifestação, no Céu Anterior, entre o Leste e o Sul, entre a Primavera e o Verão.  Quando se trata do Mundo da Manifestação, encontraremos Tui, o Lago, em movimento mais descendente, já posicionado no Oeste, no Outono, o lugar da retirada - ocupando o lugar de K’an, a Água, a Lua, no Céu Anterior.

O movimento descendente de Tui, o Lago, segue este mesmo movimento em K’an, a Água, que por sua vez, o segue ao imajar K'un, a Terra. 


Chen, o Trovão, o Incitar, o Filho mais Velho, posiciona-se no Céu Anterior, no Mundo da Não-Manifestação, ainda enquanto a semente que está prestes a desabrochar e trazer nova vida, um vir-a-ser de vida em seu posicionamento no nordeste, entre o Norte e o Inverno de K'un, a Terra, em plena dormência..., e o Leste e a Primavera de Li, o Fogo, o Sol, que traz consigo, a renovação da vida, em Wu Chi.  Toda a vida que está sendo gestada em Chen, o Trovão, o Incitar, o Filho mais Velho, encontrará seu novo começo em Li, o Fogo, o Sol, estará se desenvolvendo, crescendo, em Tui, o Lago, a Alegria e finalmente, amadurecerá no pleno Verão de Ch'ien, o Céu, o Pai.

Em seu posicionamento do Céu Posterior, no Mundo da Manifestação, Chen, o Trovão, o Desabrochar, o Incitar, sai de seu lugar de Semente para ocupar o lugar de verdadeira Primavera dos novos começos, substituindo Li, o Fogo, o Sol (que por sua vez, tomou o lugar do Pai, Ch'ien, no Verão, no Sul).   Sendo assim, existe uma sucessão de movimentos ascendentes no encadeamento entre Chen, Li e Ch'ien, o Trovão, o Fogo e o Céu.

Tanto enquanto Semente (no Céu Anterior) quanto em real Desabrochar (no Céu Posterior), encontraremos em Chen, o Trovão, o sentido de O Retorno da Luz, com sua Linha Yang no lugar da Terra, e com suas duas Linhas Yin nos lugares do Homem e do Céu.  Existe a receptividade ampla em relação à Luz que chega ao Trigrama, que promete a vida e que, efetivamente, traz a vida!  E estaremos sempre encontrando em Chen, o Trovão, o movimento ascendente, impulsionado pela Linha Yang que traz imensa ação às duas Linhas Yin.

Porém, estaremos encontrando em Chen, o Trovão, a qualidade da Madeira - que é compartilhada com Sun, o Vento (sendo ambos os Filhos mais Velhos).  Quando em Atributo de Madeira, a movimentação de Chen pode também ser considerada enquanto descendente - pois que a Madeira traz o sentido da Penetração e nos falar lembrar Chen em seu posicionamento no Céu Anterior, ainda em vir-a-ser da vida, ainda em Semente.


O movimento ascendente de Chen, o Trovão, o posiciona ao Leste (substituindo Li, o Fogo, que se muda para o Verão, o Sul, enquanto o movimento descendente de Tui, O Lago, o posiciona ao Oeste, o Outono (substituindo K’an, a Água, que se muda para o Norte, o Inverno).


Céu Anterior aglutinando O Trovão e O Lago, 
no Nordeste e no Sudeste






Céu Posterior aglutinando O Trovão e O Lago, 
no Leste e no Oeste








Posicionamentos em Wu Chi e em Tai Chi
- Céu Anterior e Céu Posterior -

Sun, o Vento, a Madeira, a Filha mais Velha
Ken, a Montanha, a Quietude, o Filho mais Novo


Até este momento - No Céu Anterior, no Mundo da Não-Manifestação, Wu Chi, encontraremos Ch'ien, o Céu, o Pai, na posição do Sul, o Verão, e K'un, a Terra, a Mãe, na posição do Norte, o Inverno.  São os Solstícios.  Vimos que Li, o Fogo, o Sol, toma o lugar do Equinócio da Primavera, no Leste, enquanto K’an, a Água, a Lua, toma o lugar do Equinócio do Outono, no Oeste.  E vimos que Chen, o Trovão, a Semente, ocupa o lugar entre o Inverno e a Primavera, o nordeste, enquanto Tui, o Lago, a Alegria, ocupa o lugar entre a Primavera e o Verão, o sudeste.

Estão ainda vacantes os posicionamentos de Sudoeste e de Noroeste, no Céu Anterior.  Estes posicionamentos estarão sendo ocupados por Sun, o Vento, a Madeira, a Suavidade, a Filha mais Velha, e por Ken, a Montanha, a Quietude, o Filho mais Novo, respectivamente.

Até este momento - No Céu Posterior, no Mundo da Manifestação, Tai Chi, encontraremos Ch'ien, o Céu, o Pai, posicionado no noroeste, e encontraremos K'un, a Terra, a Mãe, posicionado no sudoeste.  Ambos foram substituídos, respectivamente, por seus Filhos do Meio, Li, o Fogo, e K’an, a Água, em seus posicionamentos no Sul, no Verão e no Norte, no Inverno.  No encadear das substituições, vimos que Chen, o Trovão, ocupa o lugar da Primavera, do Leste, enquanto Tui, o Lago, ocupa o lugar do Oeste, do Outono.

Estão ainda vacantes os posicionamentos de Sudeste e de Nordeste, no Céu Posterior.  Esses posicionamentos estarão sendo ocupados por Sun, o Vento, a Madeira, a Suavidade, a Filha mais Velha, e por Ken, a Montanha, a Quietude, o Filho mais Novo, respectivamente.

Céu Anterior aglutinando Sun, o Vento, a Madeira, 
e Ken, a Montanha, 
no Sudoeste e no Noroeste







Céu Posterior, aglutinando Sun, o Vento, a Madeira,
 e Ken, a Montanha, 
no Sudeste e no Nordeste







No Céu Anterior, encontramos Sun, o Vento, a Madeira, a Suavidade, a Penetração, posicionando-se entre o Verão e o Sul de Ch'ien, o Céu, o Pai, e o Outono e o Oeste de K’an, a Água, o Abismal, a Lua.  E encontramos Ken, a Montanha, a Quietude, o Mestre, posicionando-se entre o Outono e o Oeste de K’an, a Água, o Abismal, a Lua, e o Inverno e o Norte de K'un, a Terra, a Mãe.

Podemos compreender em Sun, o Vento, a Madeira, a realização da plenitude da materialização da vida no Planeta Terra e, ao mesmo tempo, esta realização de vida sempre passando por sua transmutação eterna e dentro dessa transmutação eterna  tudo aquilo que amadureceu no Verão, em Ch'ien, deve ser preservado ou requalificado através a semente que restou, no Outono: daí o posicionamento entre Verão e Outono de Sun, o Vento, a Penetração, no Mapa do Mundo da Não-Manifestação.

No entanto, quando acontece o Mundo da Manifestação, a Terra, K'un, a Mãe, se retira de seu ponto de realização do Solstício de Inverno e assume o posicionamento que anteriormente pertencia à Filha mais Velha, ou seja, o lugar de Preservação da Vida em eterna mutação, o Sudoeste.  Sendo assim, Sun, o Vento, a Madeira, assume seu posto no Sudeste, entre o Leste de Chen, o Trovão, a Primavera, e o Verão de Li, o Fogo, o Sol, o Sul, porquanto Sun, o Vento, a Madeira, realiza-se enquanto vida plenamente materializada e em seu crescimento, em seu desenvolvimento.

Enquanto Sun, o Vento, a Suavidade, este Trigrama manifesta-se em movimento ascendente.  Porém, enquanto Sun, a Madeira, a Penetração, este Trigrama pode manifestar-se tanto em movimentação ascendente quanto em movimentação descendente: sempre Sun, o Vento, a Suavidade, a Penetração vai a todos os lugares!


Assim como aconteceu com Sun, o Vento, a Madeira, em seu deslocamento do Sudoeste para o Sudeste - dando lugar à sua Mãe Terra, K'un, o Receptivo..., encontraremos Ken, a Montanha, sendo deslocado do Noroeste, no Céu Anterior para o posicionamento do Nordeste no Céu Posterior porquanto deverá ser substituído por seu Pai, o Céu, o Criativo, Ch'ien, no lugar da implementação da real retirada (acontecida em Tui, o Lago, no Outono, no Oeste), já voltado o Criativo para assumir suas dimensões mais elevadas e apresentando K’an, a Água, o Norte, o Inverno como o tempo de conclusão de ciclo anterior e de gestação do novo ciclo a vir-a-ser.  Este novo ciclo a vir-a-ser é realizado através a Semente que Ken, a Montanha, a Quietude, o Mestre, traz consigo mesmo em seu posicionamento entre o Norte e a Primavera, no Mundo da Manifestação.

A verdade é que, se virmos Ken, a Montanha, a Quietude, dentro da figura do Mestre..., estaremos encontrando o Homem em sua escalada de homem a Homem Sagrado através a expansão de sua mente e tudo isso é sempre acionado pelo Céu, o Criativo, o Sublime Yang em sua infinita Luz em sua infinita vida!  Sendo o Filho mais Novo, Ken, a Montanha, a Quietude, o Mestre, é a herança mais direta de seu Pai, Ch'ien, o Céu, o Criativo - no sentido de que se apresenta enquanto o único Trigrama voltado para o Homem, para os seres que desenvolvem suas mentes ao longos das múltiplas encarnações, em eterna mutação, na Terra.

Ken, a Montanha, a Quietude, o Mestre, possui movimento descendente, com suas duas Linhas Yin - as Linhas da Terra e do Homem - bem afixadas na Terra, em K'un, a Mãe, e com sua única Linha Yang - a Linha do Céu - já voltada para ser aglutinada ao Pai, Ch'ien, o Céu.



 O Oito do Revirão do Sol
Apresentando o Mundo da Não-Manifestação, Wu Chi, o Céu Anterior






O Oito do Revirão do Sol
Apresentando o Mundo da Manifestação, Tai Chi, o Céu Posterior












Alguns Simbolismos, Imagens e Atributos
da Família do Céu e da Terra:

Ao Caminhante:
ao longo da escrita de O Fio da Meada
 - fundamentalmente quando estivermos tratando sobre cada um dos 64 Hexagramas -,
é possível que muitos dos Atributos para a Família do Céu e da Terra
possam receber mais denominações.




Ch'ien, o Pai, o Céu:
_______
_______
_______

Posicionamento nos Mapas:

No Céu Anterior, encontraremos Ch'ien, o Pai, o Céu, o Criativo, realizando-se no ponto do Solstício do Verão, o lugar da Vida plenamente amadurecida!

No Céu Posterior, encontraremos Ch'ien, o Pai, retirando-se (pois que toda a Criação já estava pronta) para ocupar o lugar do Noroeste, entre o Outono e o Oeste de Tui, o Lago, o lugar da retirada, e o Inverno e o Norte de K’an, a Água, a Lua, o Abismal, o lugar da dormência, do revirão entre vida e não-vida.

Movimento:

As Linhas Yang são ativas e tendem ao movimento ascendente.  No Trigrama Ch'ien, o Céu, encontraremos atividade, força e movimento ascendente.

Alguns Atributos:

O Criativo, A Luz
Ch'ien, o Pai, é a Fortaleza, é a Liderança.
O cavalo, o dragão
A cabeça
O redondo; o príncipe,  jade, metal, frio, gelo, vermelho profundo, os frutos das árvores



K'un, a Mãe, a Terra:
___  ___
___  ___
___  ___

Posicionamento nos Mapas:

No Céu Anterior, encontraremos K'un, a Terra, a Mãe, o Receptivo, ocupando o lugar do Norte, do Inverno, da Não-Luz, em posição oposta e complementar a Ch'ien, o Céu, o Criativo, o Pai, a Luz, no Verão, no Sul.  São os Solstícios de Inverno e de Verão, ocupados por K'un e por Ch'ien, a Mãe e o Pai, a Não-Luz e a Luz.

No Céu Posterior, encontraremos K'un, a Mãe (juntamente com Ch'ien, o Pai) tendo realizado toda a Criação e por esta razão retirando-se e apresentando o lugar onde a Vida sempre terá que permanecer, mesmo que seja em sua preservação ou em orientação de sua semente, no Sudoeste, entre o Verão e o Sul de Li, o Fogo, o Sol, e o Outono e o Oeste, de Tui, o Lago, o espelho do Céu.

Movimento:

As Linhas Yin são receptivas e tendem ao movimento descendente.  No Trigrama K'un, a Terra, encontraremos receptividade, abnegação e movimento descendente.

Alguns Atributos:

O Vazio, A Não-Luz, A Obscuridade, A Devoção, O Receptivo, O Abranger, A Abnegação, A Humildade, A Paz, A Pureza, A Retidão, A Bondade, A Perseverança, A Docilidade, O Dedicado, O Povo, O Reino, O Coletivo, As Massas, A Planície, o Prado, a Cidade, o Estado.
K'un, A Mãe, é a Dedicação, é a Maleabilidade, é a Conservação, é a Modéstia, é a Obediência, é a Humildade, é a Maturidade - e também sempre demonstra Perseverança
A vaca
O ventre
A terra, o tecido, o jarro, o caldeirão, a frugalidade, a superfície plana, a vaca com um bezerro, uma grande carroça, a forma, a multiplicidade, o tronco, a terra negra



Ken, a Montanha, o Filho mais Moço:

_______
___  ___
___  ___


Posicionamento nos Mapas:

No Céu Anterior, Ken, a Montanha, a Quietude, o Mestre, ocupa o lugar do Noroeste, entre o Outono e o Oeste de K’an, a Água, a Lua, e o Norte e o Inverno de K'un, a Mãe, a Terra.

No Céu Posterior, Ken, a Montanha, a Quietude, o Mestre, ocupa o lugar do Nordeste, entre o Inverno e o Norte de K’an, a Água, a Lua, e a Primavera e o Leste de Chen, o Trovão, o Incitar.



Movimento:

Ken, a Montanha, a Quietude, o Mestre, possui movimento descendente, com suas duas Linhas Yin - as Linhas da Terra e do Homem - bem afixadas na Terra, em K'un, a Mãe, e com sua única Linha Yang - a Linha do Céu - já voltada para ser aglutinada ao Pai, Ch'ien, o Céu.

Alguns Atributos:

A Quietude, O Mestre
Ken, a Montanha, é a Imobilidade, é o Impedimento, é a Longevidade,
O cão
A mão
Uma via de contorno,as pequenas pedras, as portas e aberturas, frutas e sementes; os eunucos e os vigias, os dedos, o rato e os pássaros de bico preto; a porta, o porão, o palácio, o templo, o portal



K’an, a Água, o Filho do Meio:
___  ___
_______
___  ___


Posicionamento nos Mapas:

No Céu Anterior, K’an, a Água, a Lua, a Alma, ocupa o lugar do Outono, o Oeste, a Retirada, dentro dos quatro pontos cardeais - tendo Li, o Fogo, o Sol ocupando o lugar do Leste, da Primavera, o novo começo.

No Céu Posterior, K’an e Li, a Água e o Fogo, tomam os lugares anteriormente ocupados por seus pais, Ch'ien e K'un, Céu e Terra.  Kan, a Lua, ocupa o lugar do Norte enquanto Li, o Fogo, ocupa o lugar do Sul - formando ambos os pontos cardeais do Inverno e do Verão, respectivamente.

K’an, a Água, a Lua,  traz consigo duas Linhas Yin, em suas extremidades representativas da Linha da Terra e da Linha do Céu enquanto a única Linha Yang se posiciona ao centro do Trigrama, o lugar da Linha do Homem.

Li, o Fogo, o Sol e K’an, a Água, a Lua, são os dois Filhos mais representativos e herdeiros mais diretos de seus pais Ch'ien, o Pai, o Céu, e K'un, a Mãe, a Terra.  Li, o Fogo, o Sol, possui movimento ascendente enquanto K’an, a Água, a Lua, possui movimento descendente.

Movimento:

O movimento ascendente de Chen, o Trovão, o posiciona ao Leste (substituindo Li, o Fogo, que se muda para o Verão, o Sul, enquanto o movimento descendente de Tui, O Lago, o posiciona ao Oeste, o Outono (substituindo K’an, a Água, que se muda para o Norte, o Inverno).

Alguns Atributos:

O Abismal, A Lua, a Alma, o Profundo, a Noite
K’an, a Água, é o Perigo, é a Umidade, é o Mistério, é o Segredo, é a Armadilha, é a Emboscada, é o Sangue, é o Coração, é o Sem-Forma, é o Movimento Perene, é o Insondável, é o Desconhecido, é o Inconsciente, é a Escuridão, é o Vinho, é o Sono Profundo, é o Silêncio, é o Sombrio, é o Despenhadeiro
O porco
O ouvido
O fosso, a emboscada, o que se dobra e desdobra, o arco e a roda, a melancolia, o sofrimento do coração, dor de ouvido.  O sangue, o vermelho. A carroça, o ladrão, os   sulcos das árvores.  A roda, o carro, a carroça. Espinhos e Cardos, são os processos judiciais e as transgressões.



Sun, o Vento, a Madeira, a Filha mais Velha:

_______
_______
___  ___

Posicionamento nos Mapas:

No Céu Anterior, Sun, o Vento, a Suavidade, a Penetração, ocupa o lugar do Sudoeste, a preservação da vida sendo orientada para seu tempo de retirada, a acontecer no Oeste, no Outono, de K’an, a Água, a Lua. 

No Céu Posterior, Sun, o Vento, a Suavidade, a Penetração, ocupa o lugar do Sudeste, logo após a Primavera de Chen, o Trovão, no Leste e antes do Verão de Li, o Fogo, o Sol, no Sul.  Portanto, Sun, o Vento, a Madeira traz o tom de crescimento, de desenvolvimento.

Movimento:

Enquanto Sun, o Vento, a Suavidade, este Trigrama manifesta-se em movimento ascendente.  Porém, enquanto Sun, a Madeira, a Penetração, este Trigrama pode manifestar-se tanto em movimentação ascendente quanto em movimentação descendente: sempre Sun, o Vento, a Suavidade, a Penetração vai a todos os lugares!

Alguns Atributos:

A Suavidade
Sun, o Vento, a Madeira, é a Penetração, é a Dispersão
O galo
Coxas
A madeira, o vento, o fio condutor, o trabalho; o branco, o longo, as alturas, o avanço e o recuo, o indeciso, o odor, a corda



Chen, o Trovão, a Madeira, o Filho mais Velho:

___  ___
___  ___
_______



Posicionamento nos Mapas:

No Céu Anterior, encontraremos Chen, o Trovão, o Incitar, atuando enquanto a Semente a Desabrochar, ocupando o lugar do Nordeste, entre o Inverno e sua dormência, de K'un, a Terra, a Mãe, a Não-Luz, e a Primavera e seus novos começos, de Li, o Fogo, o Sol.

No Céu Posterior, encontraremos Chen, o Trovão, o Incitar, literalmente assumindo os novos começos, a Primavera, o Leste.

Tanto enquanto Semente (no Céu Anterior) quanto em real Desabrochar (no Céu Posterior), encontraremos em Chen, o Trovão, o sentido de O Retorno da Luz, com sua Linha Yang no lugar da Terra, e com suas duas Linhas Yin nos lugares do Homem e do Céu.  Existe a receptividade ampla em relação à Luz que chega ao Trigrama, que promete a vida e que, efetivamente, traz a vida!  E estaremos sempre encontrando em Chen, o Trovão, o movimento ascendente, impulsionado pela Linha Yang que traz imensa ação às duas Linhas Yin.

Movimento:

Porém, estaremos encontrando em Chen, o Trovão, a qualidade da Madeira - que é compartilhada com Sun, o Vento (sendo ambos os Filhos mais Velhos).  Quando em Atributo de Madeira, a movimentação de Chen pode também ser considerada enquanto descendente - pois que a Madeira traz o sentido da Penetração e nos falar lembrar Chen em seu posicionamento no Céu Anterior, ainda em vir-a-ser da vida, ainda em Semente.  No entanto, sempre Chen traz o tom do Desabrochar e por esta razão, o Desabrochar também traz o movimento ascendente!

Alguns Atributos:

O Incitar, O Inesperado, A Comoção
Chen, o Trovão, é o Movimento, é o Terror, é o Temor, é o Susto, é o Tremor, é o Imponderável, é o Inesperado, é o Irromper
O dragão
O amarelo escuro, é estender, uma grande estrada, é decisão e veemência, o bambu verde, o junco e a cana. As leguminosas e os brotos, aquilo que cresce em abundância. É atividade, abundância, vivacidade



Li, o Fogo, a Filha do Meio:
_______
___  ___
_______

Posicionamento nos Mapas:

No Céu Anterior, encontraremos Li, o Fogo, o Sol, realizando-se enquanto um dos quatro pontos cardeais e ocupando o lugar da Primavera, o Leste, os novos começos, enquanto K’an, a Água, a Lua, ocupa o lugar do Outono, o Oeste da retirada.  E sabemos que Ch'ien, o Céu, ocupa o lugar da Vida em sua plenitude de Luz, no Verão, no Sul, enquanto K'un, a Terra, a Não-Luz, ocupa o lugar da dormência, no Inverno, no Norte.

No Céu Posterior, encontraremos Ch'ien, o Pai, a Luz, doando seu lugar de Verão e de Sul para Li, o Fogo, o Sol, enquanto K'un, a Terra, a Não-Luz, doa seu lugar de Inverno e de Norte para K’an, a Água, a Lua.  Céu e Terra retiram-se e ocupam os lugares de Noroeste e de Sudoeste, respectivamente.


Li, O Fogo, o Sol, traz consigo duas Linhas Yang, em suas extremidades representativas da Linha da Terra e da Linha do Céu enquanto a única Linha Yin se posiciona ao centro do Trigrama, o lugar da Linha do Homem.

Movimento:

Li, o Fogo, o Sol e K’an, a Água, a Lua, são os dois Filhos mais representativos e herdeiros mais diretos de seus pais Ch'ien, o Pai, o Céu, e K'un, a Mãe, a Terra.  Li, o Fogo, o Sol, possui movimento ascendente enquanto K’an, a Água, a Lua, possui movimento descendente.

Alguns Atributos:

O Aderir, O Sol, A Lucidez, A Claridade, O Brilho, O Condicionado, A Clareza, Os Olhos
Li, o Fogo, é Luminoso ou Condicionado ou Dependente, é a Seca
O faisão
olho
o raio, as armaduras e os elmos, as lanças e as armas.  É o signo do seco.  Significa o jaboti, o caranguejo, o caracol, o molusco, a tartaruga, um jarro oco, a individualidade



Tui, o Lago, a Filha mais Moça:

___  ___
_______
_______

Posicionamento nos Mapas:

Tui, o Lago, tem movimento descendente... embora traga consigo a possibilidade do reflexo do Céu, de Ch'ien, do Pai - e isto a leva a tender a um movimento ascendente, da mesma forma.  No entanto, por ser a reunião das Águas, em Tui, o Lago, o movimento mais evidente é o movimento descendente.  Porém, esse movimento ascendente é mais visível quando se trata de seu posicionamento no Mundo da Não-Manifestação, no Céu Anterior, entre o Leste e o Sul, entre a Primavera e o Verão.  Quando se trata do Mundo da Manifestação, encontraremos Tui, o Lago, em movimento mais descendente, já posicionado no Oeste, no Outono, o lugar da retirada - ocupando o lugar de K’an, a Água, a Lua, no Céu Anterior.

Movimento:

O movimento descendente de Tui, o Lago, segue este mesmo movimento em K’an, a Água, que por sua vez, o segue ao imajar K'un, a Terra. 

O movimento ascendente de Chen, o Trovão, o posiciona ao Leste (substituindo Li, o Fogo, que se muda para o Verão, o Sul, enquanto o movimento descendente de Tui, O Lago, o posiciona ao Oeste, o Outono (substituindo K’an, a Água, que se muda para o Norte, o Inverno).

Alguns Atributos:

A Alegria
Tui, o Lago, é a Jovialidade, é o Contentamento, é a Comunicação, é a Flor de Lótus, é o Sorriso, é a Concubina
A ovelha. 
boca
uma feiticeira, é a boca e a língua.  Significa estragar e partir-se, cair e entreabrir-se.  Refere-se às terras duras e com alto teor de sal.  É a concubina, é o quebrar, a fraternidade




Trigramas e Hexagramas



Todos os Trigramas Primordiais da Família do Céu e da Terra conversam entre si e fusionam suas imagens, revelando novas imagens e as verdades do universo.

Cada Hexagrama traz em si a essência do Trigrama Primordial que dá sustentação a outro Trigrama que venha lhe visitar.

E por ser a qualidade do Hexagrama sempre dupla, ou seja, Trigrama visitante sobre o Trigrama Primordial, teremos então o Trigrama Inferior ou Interior que designa a Terra (portanto Trigrama da Terra) e Trigrama Superior ou Exterior que designa o Céu (portanto Trigrama do Céu).

Tanto no Trigrama da Terra, como no Trigrama do Céu, cada um encerra em si mesmo as três linhas indicativas, sempre de baixo para cima, das linhas da Terra, do Homem e do Céu.


Trigrama do Céu - Trigrama Visitante

Céu            _______      Sexta Linha, o Céu do Trigrama do Céu
Homem        _______      
Quinta Linha, o Homem do Céu
Terra          _______      Quarta Linha, a Terra do Trigrama do Céu



Trigrama da Terra - Trigrama Primordial e Estruturador

Céu            _______     Terceira Linha, o Céu do Trigrama da Terra
Homem         _______     Segunda Linha, o Homem da Terra
Terra           _______     
Primeira Linha, a Terra do Trigrama da Terra


Todas estas denominações são realmente importantes de serem lembradas sempre quando estamos diante de um Hexagrama a nós doado pelo Oráculo - seja enquanto Hexagrama Original, seja como Hexagrama Nuclear ou seja como Hexagrama Desdobrado.


Mais à frente, em nosso próximo Capítulo, estaremos estudando  meticulosamente sobre cada uma das Linhas - Linha a Linha em suas Linhas e em suas Entrelinhas.








Hexagrama:
Trigrama da Terra e Trigrama do Céu


O Trigrama da Terra - ou Trigrama Interior ou Trigrama Inferior - sempre acolhe o Trigrama Original e Estruturador do Hexagrama em si e que estará recebendo, convidando, o Trigrama do Céu - ou Trigrama Exterior ou Trigrama Superior - para ocupar a posição de Trigrama Visitante ou Convidado.

De uma maneira geral, podemos dizer que o Trigrama da Terra é bem compreendido através suas outras denominações: Interior ou Inferior, ou seja, situa-se de maneira mais interiorizada, situa-se sob o Trigrama Visitante - o Trigrama do Céu - que se manifesta, por sua vez, de maneira mais exteriorizada e coloca-se acima do Trigrama Original, por isso podendo ser chamado de Trigrama Superior.

Eu, pessoalmente, prefiro denominar o Hexagrama enquanto Trigrama da Terra e Trigrama do Céu pois que o Trigrama da Terra representa nosso lugar estabelecido na Terra, em si, enquanto o Trigrama do Céu representa nosso lugar estabelecido no Céu, em si - e é bom que a gente sempre tenha em mente essas considerações ao longo de nossos estudos e interpretações dos 64 Hexagramas do I Ching, o Livro das Mutações.

Eu penso que o Trigrama da Terra pode ser considerado de forma mais singularizada, mais privatizada, mais privada; enquanto o Trigrama do Céu pode ser considerado de forma mais pluralizada, mais socializada.

Falando mais claramente, podemos dizer que o Trigrama da Terra trata das questões mais pessoais e mais pessoalizadas do Caminhante que busca o I Ching, o Mestre, ou da situação em si.  E podemos dizer que o Trigrama do Céu trata das questões mais socializadas do Caminhante ou da situação em si.



Mas a verdade é que teremos que ir desvendando Hexagrama a Hexagrama para irmos compreendendo sobre estas questões, ou seja, o que o Mestre do I Ching está querendo nos revelar no Trigrama da Terra e também no Trigrama do Céu em cada um dos  64 Hexagramas!



Algumas Poucas Palavras sobre as Linhas


É importante se dizer que as Linhas vão acontecendo sempre, da Primeira à Sexta, de baixo para cima, em movimento ascendente, sempre. 

A Primeira Linha nos fala das questões voltadas para o inicio da situação, é a Linha da Terra no Trigrama da Terra. 

A Segunda Linha nos fala do Homem da Terra tendo que lidar com as questões da situação dada e dentro de sua mente voltada para a expansão da mesma - porque as Linhas estão sempre em movimento de ascensão, ou seja, a Segunda Linha, a Linha do Homem da Terra deseja se tornar a Quinta Linha, a Linha do Homem do Céu.

A Terceira Linha nos fala do Céu da Terra, é a Linha culminante do Trigrama da Terra e assim, encerra os assuntos voltados para o Trigrama da Terra e faz a ponte para cruzar a fronteira e alcançar o Trigrama do Céu.

A Quarta Linha nos fala da Terra do Céu, já está posicionada no Trigrama do Céu e portanto, já possui uma dimensão mais ampliada de sua escalada em movimento ascendente ao longo do Hexagrama.  É a  Linha imediatamente anterior ao Homem do Céu, aquele que possui a consciência iluminada e, portanto, serve à Quinta Linha.  A Quarta Linha é chamada de a Linha do Ministro.

A Quinta Linha nos fala do Homem do Céu - aquele que já galgou todas as posições anteriores do Trigrama da Terra e alcançou o Trigrama do Céu e já também realizou sua passagem pela Terra do Céu, a Quarta Linha, que lhe serve.  A Quinta Linha é chamada de a Linha do Rei, aquele que possui a consciência iluminada.

A Sexta Linha nos fala do Céu do Céu - aquele que já perpassou por todas as situações anteriores - tanto pessoais quanto sociais - e alcançou o cume, a plenitude de sua movimentação ascendente ao longo do Hexagrama.  É a Linha do Sábio.  O Sábio já está pronto para realizar-se enquanto inauguração de um novo Hexagrama, ou seja: a Sexta Linha é a última Linha mas não pode deixar de realizar sua movimentação e como não pode mais ascender, ela deixa o Hexagrama para se tornar a Primeira Linha de um outro Hexagrama: é o eterno retorno.







Alguns Exemplos de Hexagramas
levando em conta as Imagens formadas pelos dois Trigramas
 e também pela movimentação de suas Linhas      


Exemplo de Movimentação ascensional das Linhas em alguns Hexagramas que tratam de uma mesma situação - no caso, as épocas do ano voltadas para o final do Outono e começo do Inverno e o Inverno e o final do Inverno e anúncio da chegada da Primavera:

_______              ___  ___              ___  ___
___  ___              ___  ___              ___  ___
___  ___              ___  ___              ___  ___
___  ___              ___  ___              ___  ___
___  ___              ___  ___              ___  ___
___  ___              ___  ___              ________

Po, Desintegração        K'un, a Terra               Fu, o Retorno da Luz
A Fuga da Luz              O Receptivo
                                   A Mãe, a Não-Luz


Po, Desintegração, a Fuga da Luz, é o final do Outono e anuncia a chegada do Inverno e K'un, a Não-Luz é o próprio Inverno e Fun, o Retorno da Luz conclui o Inverno da Não-Luz e já anuncia a chegada da Luz, da Primavera.

Acontecem Seis Etapas - configuradas através as Seis Linhas - até que tudo encontre seu retorno, na Sétima Etapa.       

Em Po, Desintegração, a Terra acolhe a Montanha; em K'un, O Receptivo, existe a Terra repetida e em Fu, o Retorno da Luz, o Trovão acolhe a Terra.

Sabemos que as Linhas Yin falam da Não-Luz, é o Inverno.  Sabemos que as Linhas Yang falam da Luz, é o Verão.  No Hexagrama acima, vemos que a Terra estrutura Po, Desintegração, a Fuga da Luz, com suas Três Linhas Yin, no Trigrama da Terra e são seguidas, no Trigrama do Céu, por mais duas Linhas Yin.... quando a única Linha Yang do Hexagrama está na Sexta Linha!

Sabemos que as Linhas são sempre olhadas de baixo para cima e sabemos que elas vão galgando, digamos assim, as posições em andamento ascendente.  Sendo assim, a Sexta Linha - a Linha do Céu do Trigrama do Céu - está pronta para deixar o Hexagrama!.... e novamente adentrar, enquanto Primeira Linha, um outro Hexagrama, porque tudo acontece em sete etapas, trazendo sempre o eterno retorno!

É por isso que a única Linha Yang, a Sexta Linha, do Hexagrama Po, Desintegração, a Fuga da Luz, é a Linha responsável por intitular esta mesclagem de Imagens de Trigrama da Terra em K'un, a Terra, e de Trigrama do Céu em Ken, a Montanha!

Praticamente todo o Hexagrama Po, Desintegração, a Fuga da Luz, é ocupado pelas Linhas Yin, linhas da Não-Luz, é o Inverno que se aproxima, expulsando a única Linha Yang, aquela que ainda tratava de Ch'ien, a Luz, o Verão!  Por isso, Desintegração, o Verão ficou para trás, é hora do Inverno.  Por isso, a Fuga da Luz, o Verão ficou para trás, é hora do Inverno.

Quando entra em cena K'un, o Vazio, o Receptivo, a Terra, a Mãe, é o tempo do Inverno, o tempo da Não-Luz, toda a Terra entra em Dormência.  K'un, é a plenitude da Não-Luz.

Quando da plenitude da Não-Luz acontece o eterno retorno, o movimento se inverte fazendo adentrar a Luz através a Linha Yang inicial, a Primeira Linha de Fu, o Retorno da Luz!

Sabemos que Chen, o Trovão, ocupa o lugar de Semente a Desabrochar, vida a vir-a-ser, no Céu Anterior, ainda no Sudeste... mas que ocupa o lugar dos Novos Começos, no Leste, na Primavera do Céu Posterior!

É sempre a Linha Yang de Chen, o Trovão, no lugar da Terra, que traz o Retorno da Luz - e isso está sempre prometido no Céu Anterior e isso está sempre sendo realizado no Céu Posterior.

E, de tal maneira, K'un, a Terra, a Mãe, sabe que existe o Retorno da Luz..., que se posiciona ao Sudoeste, ainda antes da Retirada, do Oeste, do Outono, no Céu Posterior - de forma que possa conservar em si, preservar em si a vida, o Retorno da Luz que acontecerá após o termino do ciclo e do recomeçar do ciclo.

Em Chen, o Trovão, mesmo que esteja no Trigrama da Terra, existe uma Comoção Intensa, um Incitar inexorável e... de repente, não mais do que de repente, toda a vida na Terra, no Trigrama do Céu, volta a existir, estremecendo, agitando, saudando!  É o Retorno da Luz!


O Retorno é o movimento do Caminho 
- assim nos diz Lao Tse em seu Capítulo 40 do Tao Te Ching.


Exemplo de Movimentação ascensional das Linhas em alguns Hexagramas que tratam de uma mesma situação - no caso, as épocas do ano voltadas para o Outono e para a Primavera e para o Verão:

Pi, Estagnação, Terra acolhendo Céu, é o Hexagrama que apresenta a equanimidade da Luz e da Não-Luz quando chega o Outono.  T’ai, Paz, Céu acolhendo Terra, é o Hexagrama que apresenta a equanimidade da Luz e da Não-Luz quando chega a Primavera.  Finalmente, Ch'ien, o Criativo, apresenta a plenitude da Luz, quando chega o Verão.

Pi, Estagnação é o Hexagrama do Outono, quando a Luz de Ch'ien começa a deixar o Hexagrama e a Não-Luz de K'un começa a ascender, trazendo o Inverno.

_______
_______
_______      Trigrama do Céu em Ch'ien, O Céu
___ ___
___ ___
___ ___       Trigrama da Terra em K'un, A Terra


Tudo está certo.... está? Aparentemente sim, porque o Céu está sobre a Terra, e a Terra está sustentando o Céu... Porém o nome do Hexagrama é Estagnação.... e por que estagnação se tudo aparentemente está certo?

Bem, se tudo realmente estivesse certo, não poderia haver a continuidade do Caminho do Céu, não é verdade? Será então preciso que todos os Filhos do Céu e da Terra também façam seus encontros com a Mãe e o Pai e entre si... para que então, finalmente, chegue a vez de Ch'ien, O Céu, se manifestar em seus encontros com a Terra e seus Filhos e ulteriormente, consigo mesmo.

Quando chegar o momento em que Ch'ien, O Céu, encontrar com K'un, A Terra, ambos formarão o Hexagrama Tai, Paz... simbolizando o longo caminho entre a escuridão da crueza da matéria e a iluminação da consciência do espírito.

___  ___
___  ___
___  ___          Trigrama do Céu, em K'un, a Terra
_______
_______
_______          Trigrama da Terra, em Ch'ien, o Céu

Tai, Paz, é o Hexagrama que simboliza a Primavera, a equanimidade da Luz e da Não-Luz e quando a Não-Luz começa a deixar o Hexagrama e quando a Luz começa a ascender, trazendo o Verão.

E o Verão acontece quando Ch'ien, o Céu, o Criativo, o Pai, encontra-se consigo mesmo - após a longa jornada que começou com K'un, a Terra, o Receptivo, a Mãe, no Caminho do Céu: a busca da Não-Luz pela Luz.
_______
_______
_______
_______
_______
_______          Ch'ien, o Criativo, o Verão, a plenitude da Luz




Exemplo de dois únicos Hexagramas que trazem as Imagens de utensílio e de construção realizadas pelo Homem: Ting, o Caldeirão, Fogo sobre Vento, e Ching, o Poço, Água sobre Vento.  Em ambos os Hexagramas anuncia-se a necessidade de limpeza dessas realizações e esta acontece através as Linhas ascensionais trazendo a culminância da limpeza e o pronto uso do Caldeirão e do Poço nas Linhas Quinta e Sexta:

________                     ___  ___
___  ___                     _______
_______                      ___  ___
_______                      _______
_______                      _______
___  ___                     ___  ___

Ting, o Caldeirão                     Ching, o Poço


Em Ting, o Caldeirão, o Vento acolhe o Fogo; em Ching, o Poço, o Vento acolhe a Água.

É interessante percebermos que novamente Fogo e Água - os herdeiros diretos de Ch'ien, o Céu, e de K'un, a Terra - tomam parte, enquanto Trigramas do Céu, Trigramas Visitantes, dos dois únicos Hexagramas que imajam utensílio e construção realizada pelo Homem. 

O Fogo é a Consciência e a Água é a Sabedoria.  Em Ting, o Caldeirão, e em Ching, o Poço, estaremos encontrando a ação do Fogo para cozinhar o alimento dos homens e dos deuses e a bênção da Água para saciar a sede dos homens e de todos os seres.  Este alimento e esta água são também compreendidos enquanto elevação de consciência e sabedoria doada a todos aqueles que se utilizam de Ting, o Caldeirão, e de Ching, o Poço.


Em Ting, o Caldeirão, existe o Fogo e a Madeira e o Vento, fazendo com que este Fogo realize a transmutação dos alimentos que serão servidos aos seres e aos deuses em utensílios próprios para tanto.   O Tao de O Caldeirão é a saciação da fome dos seres.

O Tao da Água, K’an, é ser a Essência da Vida.  Sendo a Essência, possui a Sabedoria.  Em Ching, o Poço, o Tao de Sun, o Vento, a Raíz, a Madeira, é o de recolher esta Essência da Vida, esta Sabedoria, armazena-la e doá-la a todos os seres.  O Tao de O Poço é a saciação da sede dos seres.

Em bem se prestando atenção ao Trigrama da Terra, podemos visualizar os pés do Caldeirão e seu bojo, o lugar do Vazio que acolhe o cozimento e, no Trigrama do Céu, podemos ver as alças do Caldeirão!  Este é o Caldeirão, Ting, realizado através sua Imagem desenhada em suas Linhas.

A Água, K’an, cai constantemente dos céus em seu ciclo duradouro da Roda da Vida.  Esta Água cai na Terra e entranha-se nas raízes da Madeira, Sun.  As raízes guardam consigo a água da chuva que penetra sob a terra, deixando escorrer essa água, docemente, suavemente, formando nascentes, minas, poços, lençóis d’água.  Este é o Poço, Ching, realizado através o entrelaçamento da Água com a Madeira.

Encontraremos as Linhas do Caldeirão, Ting, apresentando um imenso movimento de baixo para cima - na limpeza do Caldeirão - de forma que as duas últimas Linhas mostrem a plenitude total das Virtudes do Caldeirão, ou seja, a Transmutação, em nível mais elevado espiritualmente, e o alimento pronto para ser servido, em nível mais comum da vida.


Quando o Poço, Ching, não serve mais em suas águas para ser usado, é preciso que seja recuperado.  Esta recuperação se dá de baixo para cima, e isso é demonstrado através cada Linha do Hexagrama, que atuam como tijolos formando anéis, um sobre o outro.  De anel em anel, de Linha a Linha, o Poço vai sendo restaurado até que todas as Linhas sejam realizadas, até que a água do Poço volte novamente a ser usada e a servir a todos os seres.

“pode-se mudar uma cidade mas não se pode mudar um poço” - diz o I Ching.



Exemplo de Hexagrama onde o Trigrama da Terra anuncia a situação e comanda a situação de tal forma que o Trigrama do Céu é receptivo e acolhe.

___  ___
___  ___
___  ___
___  ___
_______
___  ___

Shih, o Exército, a Água acolhe a Terra


K'un, é a Terra, é a reunião dos Povos, é o Povo.  K’an, é a Água, é o Perigo, é o Abismal, é o Mistério.

O Povo está apresentado ao mundo através o Trigrama do Céu enquanto o Perigo não está visível - porém encontra-se intuído - no Trigrama da Terra.  E o Trigrama da Terra traz o exército sendo comandado pela Segunda Linha, a única Linha Yang do Hexagrama e que reúne, portanto, as demais Linhas Yin em torno de si - inclusive a Linha Quinta, a Linha do Rei, que obedece ao Comandante do exército.



Exemplo de Hexagrama onde as Linhas formam uma Imagem que remete ao ato de exercer uma ação e ser uma ação exercida, entrelaçando ambos os Trigramas da Terra e do Céu:

_______
_______
___ ___
___ ___
___ ___
___ ___

Kuan, Contemplação: contemplar e ser contemplado

A Torre, ou o Templo, é um lugar onde se preserva o Caminho, o Tao.  A imagem de Kuan, Contemplação, é a de uma torre ou um templo.  O desenho das linhas de Sun, o Vento, com suas duas linhas Yang ao alto, forma o alto da torre ou do templo, e a Linha Yin une-se com as outras Linhas Yin pertencentes a K'un, a Terra, a Devoção, o Povo.
O Trigrama da Terra contempla tudo aquilo que se encontra ao alto da torre, ou no templo, é o povo.  O Trigrama do Céu é o contemplado e ao mesmo tempo pode exercer a contemplação de cima para baixo, da torre para o povo.



Exemplo de Hexagrama onde encontramos o movimento ascendente das Linhas ao mesmo tempo que existe o movimento descendente das mesmas através o teor do texto em si: a grande importância está no entroncamento desses dois movimentos!

Água e Montanha possuem, ambas, movimentos descendentes.  Quando a Água cai sobre a Montanha, ela não tem onde se reunir - pois, do contrário, se pudesse, estaria formando o Hexagrama Lago sobre Montanha! -, e por esta razão, ela vai escorrendo, Montanha abaixo, desde a Sexta Linha até a Primeira Linha, até encontrar a Planície, em K'un, a Terra, o Povo, as Massas.

Ao ir descendo, rolando, escorregando Montanha abaixo, a Água vai tendo que superar obstáculos, Dificuldades, Vicissitudes, contornando, preenchendo os vazios, buscando sempre o lugar mais profundo para continuar seu caminho.

___  ___
_______
___  ___  
_______
___  ___
___  ___     


No Hexagrama, Chian, Obstrução, Dificuldades Vicissitudes, existem dois movimentos que acontecem através suas Linhas e suas Imagens: em primeiro lugar, sabemos que sempre as Linhas vão acontecendo de baixo para cima - e assim, estarão escalando a alta Montanha e estarão tendo que vencer os obstáculos para tanto.  Em segundo lugar, as Linhas indicadoras da Água têm que descer a Montanha, escalar o Hexagrama de cima para baixo, vencendo os obstáculos, da mesma forma.

Existe, portanto, a interpenetração dessas duas realidades em Chian, Obstrução, Dificuldades, Vicissitudes - as forças que vêm de baixo para cima e as forças que vêm de cima para baixo.  O encontro ou a conversão dessas forças acontecerão na Terceira Linha, aquela que faz a fronteira entre o Trigrama da Terra e o Trigrama do Céu, a Linha Yang que perfaz a cabeça, a mente do Mestre, que ‘volta-se para si mesmo e cultiva seu caráter.





Começando a Compreender
acerca a Importância dos Trigramas Nucleares
e do Hexagrama Nuclear
através o posicionamento do Homem


Vimos que o Hexagrama é formado por Trigrama da Terra e por Trigrama do Céu.  E vimos que existem as Três Linhas que correspondem à Terra e ao Homem e ao Céu dentro do Trigrama da Terra e dentro do Trigrama do Céu.

___  ___          Sexta Linha, Linha do Céu do Trigrama do Céu
___  ___          Quinta Linha, Linha do Homem do Trigrama do Céu
___  ___          Quarta Linha, Linha da Terra do Trigrama do Céu

___  ___          Terceira Linha, Linha do Céu do Trigrama da Terra
___  ___          Segunda Linha, Linha do Homem do Trigrama da Terra
___  ___          Primeira Linha, Linha da Terra do Trigrama da Terra


Vimos que existe o Homem da Terra, do Trigrama da Terra, e o Homem do Céu, do Trigrama do Céu.  O Homem é aquele que realiza a integração, o Religare, o Religar, entre a Terra e o Céu.  No I Ching, o Homem realiza estas questões no Trigrama da Terra e no Trigrama do Céu.


No entanto, também no Hexagrama como um todo, as duas primeiras linhas também podem ser consideradas como Linhas da Terra, as duas do meio como Linhas do Homem e as duas últimas como Linhas do Céu.

_______  Céu
_______ Céu
_______  Homem
_______ Homem
_______ Terra
_______ Terra


Dessa maneira, dentro de cada um dos Trigramas - o primordial e visitante -, vemos o Homem ocupando as duas linhas centrais, uma em cada Trigrama, nos lugares do Céu da Terra e da Terra do Céu, as Linhas Três e Quatro, as Linhas que realizam as fronteiras de conclusão e de começo dos Trigramas da Terra e do Céu, respectivamente.

 Sendo assim, é o homem que se coloca bem estruturado sobre a Terra e sob o Céu, ocupando o espaço que existe entre ambos - espaço subjetivo, é certo, no sentido de que é a mente do Homem aquela que realiza esta ocupação.

E dentro do Hexagrama como um todo, vemos o Homem ocupando as duas linhas centrais - no Trigrama da Terra e no Trigrama do Céu, a Segunda Linha e a Quinta Linha: o Homem da Terra e o Homem do Céu, respectivamente.

Assim, o Homem ocupa quatro linhas dentro do I Ching, sendo que as Linhas que não são ocupadas pelo Homem são: a primeira linha que lhe serve como base de sustentação - o princípio do princípio,a Terra da Terra - e a sexta e última linha lhe serve como cobertura - o final do final, o Céu do Céu ..... que certamente reverterá em um novo Hexagrama e um novo princípio.

A primeira linha demonstra o surgimento do Homem no Planeta, na encarnação. Ao longo de sua vida, o Homem vai tecendo em Trama e Urdidura todos os possíveis encontros entre a Família do Céu e da Terra até que, finalmente, esse Homem pode alcançar a sexta linha já na qualidade de Mestre (que é a essência da sexta linha).

O Homem da Terra é aquele que está em seu Caminho em direção ao seu Tao. 

O Homem do Céu já possui sua consciência iluminada. 

O Homem do Céu da Terra - a Terceira Linha -, já tem força suficiente para ultrapassar a fronteira entre sua individualidade e sua sociabilidade, entre sua interiorização e sua exteriorização, entre os Trigramas da Terra e do Céu: é o Homem em ascensão a uma dimensão mais ampla de sua consciência. 

o Homem da Terra do Céu - a Quarta Linha - é o Homem que está iniciando seus passos dentro de uma dimensão mais ampla da vida, abrindo mais a sua consciência e servindo à Quinta Linha, a Linha do Homem do Céu.

Todas estas possíveis realizações para o Homem, dentre os quatro posicionamentos que vimos através as Linhas Segunda, Terceira, Quarta e Quinta, nos levam a tecer a possibilidade de acessarmos a essência, o teor fundamental que reside em cada Hexagrama.  Esta possibilidade acontece através as realizações dos chamados Trigramas Nucleares que se encontram dentro do Hexagrama Original, Primordial, e estes Trigramas Nucleares podem, então, formar o chamado Hexagrama Nuclear.



O Homem e os Trigramas Nucleares

que formam o Hexagrama Nuclear



As quatro linhas designadas
ao Homem da Terra, ao Céu da Terra, à Terra do Céu e ao Homem do Céu
- a segunda, a terceira, a quarta e a quinta linhas -,
vão formar, dentro do Hexagrama Original,
dois Trigramas Nucleares,
um Trigrama Superior e um Trigrama Inferior
e estes formarão um outro Hexagrama
que recebe o nome de Hexagrama Nuclear.


Os Trigramas Nucleares e  Hexagrama Nuclear vão nos falar sobre quem é o Homem dentro daquele Hexagrama Original do qual se trata bem como as questões mais subjetivas que encontram-se inclusas dentro do Hexagrama Original recebido na resposta oracular.

Muitas vezes, textos do Julgamento ou textos da Imagem do Hexagrama, bem como suas Linhas, questões surgem à tona e que sempre poderão vir a ser explicadas através os Atributos dos Trigramas Nucleares inseridos no Hexagrama Original.

E o Hexagrama Nuclear - expressão e conceito que eu não vejo aparecendo nos demais livros  ou textos sobre o I Ching, o Livro da Mutação - vem nos falar de uma situação subjetiva que se insere dentro da situação objetiva que é tratada no Hexagrama Primordial ou Original: algo como se fosse ‘a sombra’ contida dentro da resposta oracular do Mestre ao Caminhante.


Um bom exemplo será tomarmos um dos dois Hexagramas que mais diretamente falam sobre o Espírito e a Alma do Homem: Chi Chi, Após a Conclusão, tendo Li, O Fogo, como Trigrama Primordial recebendo K'an, A Água, como Trigrama Visitante.

___ ___
_______
___ ___       
K’an, a Água, no Trigrama do Céu
_______
___ ___
_______      
Li, o Fogo, no Trigrama da Terra 
Chi Chi,

Após a Conclusão



As linhas que formarão os Trigramas Nucleares serão:

no Trigrama da Terra, as linhas segunda e terceira (linhas do Homem da Terra e do Céu da Terra)

e no Trigrama do Céu, as linhas quarta e quinta (linhas da Terra do Céu e do Homem do Céu).

___  ___
_______      Quinta Linha
___  ___      Quarta Linha
_______      Terceira Linha
___  ___      Segunda Linha
_______


O Trigrama Nuclear Superior será tecido pelas Linhas Terceira, Quarta e Quinta:

_______
___  ___
_______      Li, o Fogo, o Aderir



O Trigrama Nuclear Inferior será tecido pelas Linhas Segunda, Terceira e Quarta:

___  ___
_______
___  ___      K’an, a Água, o Abismal


Seguindo de baixo para cima, teremos então a formação: linhas 2,3,4 (Trigrama da Terra) e 3,4,5 (Trigrama do Céu)...

Podemos então ver que as linhas originalmente pertencente ao Homem (a segunda e a quinta) formam a base e a cobertura do novo Hexagrama, enquanto as linhas pertencentes ao céu da Terra e à Terra do Céu (a terceira e a quarta) aparecem duplicadas, ambas.

Dessa forma, o Hexagrama Nuclear nos revela segredos existentes dentro do Hexagrama Primordial e essas revelações são concernentes ao Homem e sua atuação dentro do Caminho e da Virtude.

 Essas revelações acontecem desde as questões voltadas para o Homem da Terra até as questões voltadas para o Homem do Céu e incluindo as questões fronteiriças existentes entre o cume do Trigrama da Terra, a Terceira Linha - o Céu da Terra - e a Linha Inicial do Trigrama do Céu, a Quarta Linha - a Terra do Céu.

Ou seja, o Homem da Terra e o Homem do Céu estão diante suas questões decisivas sobre suas atuações mais pessoalizadas e mais socializadas, em como concluir as atuações mais pessoalizadas e em como iniciar e trazer a consciência sobre as atuações mais socializadas.


Extraindo, então, as linhas mencionadas acima - no caso do Hexagrama Chi Chi, Após a Conclusão, Água sobre Fogo, Alma no Trigrama do Céu e Espírito no Trigrama da Terra.... teremos uma grata surpresa! Serão formados os Trigramas Fogo e Água, que, juntos, formarão o Hexagrama Wei Chi, Antes da Conclusão, Fogo sobre Água, Espírito no Trigrama do Céu e Alma no Trigrama da Terra.... refazendo a encarnação, dentro da Roda da Vida.

Hexagrama Original
___ ___
_______
___ ___          Trigrama do Céu em K’an, a Água
_______
___ ___
_______         Trigrama da Terra em Li, o Fogo

Chi Chi,

Após a Conclusão


Hexagrama Nuclear
_______
___ ___
_______         Trigrama do Céu em Li, o Fogo
___ ___
_______
___ ___          Trigrama da Terra em K’an, a Água

Wei Chi
Antes da Conclusão


Esses dois Hexagramas representativos da Alma e do Espírito encerram o I Ching do Mundo da Manifestação ou Céu Posterior - iniciado pelo Céu e pela Terra.... Certamente ambos guardam em si os segredos da Constância e da Duração, da manutenção do Espírito Imortal e do mergulho da Alma a ser guardada dentro do corpo encarnado, da alternância entre as vindas e idas, dos encontros e desencontros, do Caminho da Iluminação e posterior Caminho da Imortalidade quando finalmente corpo, Alma e Espírito se fusionam e se tornam unos com o Tao - a Sagração do Homem.

Sabemos que Li, o Fogo, o Sol, e que K’an, a Água, a  Lua, são herdeiros diretos de Ch'ien, o Pai, o Céu, em seu Sublime Yang, e de K'un, a Terra, a Mãe, em seu Sublime Yin.

Portanto, quando tecemos os Trigramas Nucleares de Ch’ien, o Céu, o Criativo, encontraremos Ch’ien, o Céu no Trigrama Superior e no Trigrama Inferior.  Da mesma forma, quando tecemos os Trigramas Nucleares de K'un , a Terra, o Receptivo, encontraremos K'un , a Terra, no Trigrama Superior e no Trigrama Inferior.  Portanto, os Hexagramas Nucleares serão Ch’ien, o Céu e K'un , a Terra!

Como Li, o Fogo, e K’an , a Água, são os herdeiros diretos de Ch’ien, o Pai, o Céu, e K'un , a Terra, veremos que os Hexagramas Wei Chi, Antes da Conclusão e Chi Chi, Depois da Conclusão - ambos formados pela interação entre Fogo e Água, obterão também Trigramas Nucleares Superiores e Inferiores de forma inversa ao que acontece nos Hexagramas Originais - e, em continuidade, também para os Hexagramas Nucleares.

O I Ching do Mundo da Manifestação começa com Ch’ien, o Céu, em Primeiro Hexagrama e é seguido por K'un , a Terra, em Segundo Hexagrama.  A Primeira Parte termina com os Hexagramas de K’an , a Água, e de Li, o Fogo.  E a Segunda Parte termina, nos Hexagramas 63 e 64, com Chi Chi, Água sobre Fogo, e com Wei Chi, Fogo sobre Água - Antes da Conclusão e Depois da Conclusão.

Sendo assim, o Céu empresta sua Luz ao Sol e a Terra empresta sua Não-Luz à Lua, ou seja, Ch’ien, o Céu, faz de Li, o Fogo, sua herdeira direta e K'un, a Terra, faz de K’an , a Água, seu herdeiro direto: os Filhos do Meio são herdeiros diretos da Luz e da Não-Luz.



O céu é constante, a terra é duradoura
O que permite a constância e a duração
Do Céu e da Terra
É o não criar para si
Por isso são constantes e duradouros
Assim, o Homem Sagrado deixa seu corpo
para trás
E o Corpo avança
Além do corpo, o Corpo permanece
Através do não-corpo, conclui o Corpo (1)






Exemplo de Hexagrama
apresentando Julgamento, Imagem, 
Trigramas Nucleares e Hexagrama Nuclear
 bem como as Seis Linhas:


Ts’ui, Reunião

K'un, A Terra, O Receptivo, O Abranger, O Vazio, A Devoção, A Abnegação, A Mãe, O Devocional, recebe Tui, O Lago, A Alegria, O Jovial, A Filha Mais Jovem, A Ovelha, O Metal, A Concubina, As Armas, O Oeste, o Agrupamento - e ambas formam o Hexagrama 45, Ts’ui, Reunião.

___  ___
_______
_______      Tui, O Lago, A Alegria, Trigrama Visitante
___ ___
___ ___       K’un, A Terra, Trigrama Primordial
___ ___


K'un,  Terra, nos fala do Povo, das Massas, da Planície.  Tui, O Lago, nos fala do acolhimento de todas as águas, podendo elas serem as chuvas benditas, os filetes de água, os riachos que começam no alto das montanhas e que vão se tornando rios, finalmente desembocando nos lagos ou nos mares.  Nos lagos e/ou nos mares acontece a Reunião das águas.

Todas as águas se reúnem em Tui, O Lago, a Alegria.  Também as águas dos pântanos, dos lodos, porque Tui é a Flor de Lótus que nasce nos pântanos e que traz a paz.

Portanto, sempre a Terra é o Receptivo e, ao receber Tui, o Lago, acaba acolhendo em si a Reunião das Águas, tornando essa Reunião de Águas uma verdadeira Reunião entre Terra e o Lago. 

Outro Hexagrama que também nos apresenta esse encontro tão fusionado entre a Terra e a Água é Pi, União, Manter-se Unido, Água sobre Terá, k'an sobre K'un, onde existe apenas uma linha Yang na posição do rei, a quinta linha e todas as outras linhas Yin estão em torno dele, do governante do Hexagrama.

___  ___
_______
___  ___
___  ___
___  ___
___  ___

Pi, União

Em Pi, União, a água cai sobre a terra, como se fosse uma doce e bendita chuva e a terra, dadivosa e receptiva, a recebe de braços abertos:  É a água que lhe trará suas bênçãos de renovação de vida.

Essa é uma reunião natural, simples, porém sem deixar de trazer responsabilidade aquele que comanda - a quinta linha Yang, a linha governante, a linha do rei - essa União.  E por isso mesmo, o I Ching lhe pergunta ao discípulo que traz para si esse Hexagrama:   Indague ao oráculo mais uma vez se você possui elevação, constância e perseverança; então não há culpa.


Porém, quando se trata do Hexagrama Ts’ui, Reunião, existem duas Linhas Yang no Trigrama do Céu, a quarta e a quinta Linhas, linhas do Ministro e do Rei.  A Linha Yang na quinta posição é sempre idealmente correta porém a Linha Yang também na quarta posição já não nos oferece essa correção ideal de posicionamento.  Nesse caso, o Ministro terá importância fundamental dentro dessa nova  União, Pi e em Ts’ui, Reunião.

Em Ts’ui, Reunião, o rei estará dividindo, compartilhando, com o ministro a responsabilidade de buscar em si mesmo as virtudes da elevação, constância e perseverança.

Richard Wilhelm comenta sobre esse Hexagrama: “Reunião significa ajuntar”.

Assim, a Linha do rei, a quinta Linha Yang, faz surgir um império e traz para si a figura do ministro, a de seu ajudante mais imediato, para ambos bem governarem o povo, manifestado por K'un, A Terra, o Trigrama Primordial.  É a Reunião da sociedade, das pessoas, da multidão, dos súditos e dos governantes, de todos.


O Julgamento

No Julgamento, o I Ching nos diz:

Reunião.  Sucesso. O rei se aproxima de seu templo.  É favorável ver o grande homem.  Isso traz sucesso. A perseverança é favorável.  Oferecer grandes sacrifícios traz boa fortuna.  É favorável empreender algo.

Reunião.  Sucesso.

Em Ts’ui, Reunião, encontraremos as Virtudes do Lago e da Terra, de Tui e de K'un, traduzidas em Alegria e em Devoção.  Essa fusão de Virtudes nos traz a reunião bem sucedida.


O rei se aproxima de seu templo. 

O rei é sempre manifestado através da quinta Linha, o lugar da consciência iluminada.  E não podemos nos esquecer que a quinta Linha em Ts’ui, Reunião, é Yang e idealmente correta bem como a governante do Hexagrama. 

O templo poderá ser visto através do Trigrama Nuclear inferior, em Ken, A Montanha, o lugar do silêncio, da quietude, da meditação, do mestre.


É favorável ver o grande homem.  Isso traz sucesso.

Novamente o I Ching se refere à quinta Linha, a Linha do rei, a Linha da consciência, Linha Yang idealmente correta e governante do Hexagrama.  E novamente o sucesso está assegurado pelo fato de que Ts’ui, Reunião, acontece com a boa fusão de movimentos descendentes entre o Lago, a Alegria, a Reunião de todas as Águas, e a Terra, a Devoção, o Receptivo, o Povo, a Planície, o acolhimento maternal. 


A perseverança é favorável. 

Existem duas Linhas Yang em Ts’ui, Reunião: as Linhas do ministro e do rei, quarta e quinta posições.  Sendo assim, o ministro atua como aquele que se sobressai do Povo e junta-se ao rei, imitando-lhe em sua iluminação e ampliação de consciência e comando - bem como em sua perseverança - por ser uma Linha Yang e contínua.  Mesmo que em lugar idealmente incorreto, essa Linha Yang do ministro funcionará como uma maior aproximação da quinta Linha e compreensão da mesma, diferenciando-se assim, do resto das Linhas Yin e vazada que compõem o Povo, que é receptivo e abnegado... enquanto a Linha do ministro age e cria, por ser Yang e continua.


Oferecer grandes sacrifícios traz boa fortuna.

Acima foi comentado sobre Ken, A Montanha, como Trigrama Nuclear inferior e que significa o lugar do encontro realizado pelo Homem entre a Terra e o Céu: o Templo, o sentar-se em silêncio.  Sendo assim, os grandes sacrifícios são oferecidos no Templo.

Também tudo isso quer significar o próprio trabalho espiritual do Homem colocando-se em seu Caminho da Iluminação e posteriormente, em seu Caminho da Liberação ou Imortalidade.  O trabalho espiritual requer sacrifício : bem entendendo-se que sacrifício significa sagrado ofício, trabalho sagrado


É favorável empreender algo.

A Quinta Linha, a Linha do rei, a Linha da consciência iluminada, apresenta seu Caminho da Iluminação sendo realizado através de seu sagrado ofício, de seu trabalho espiritual.  É uma Linha Yang e em posição idealmente correta. 

A Quarta Linha, a Linha do ministro, vem nos  apresentar aquele homem que pertence ao Povo - o Trigrama Primordial inferior, em Terra, A Devoção, K'un, e se destaca do Povo e torna-se Homem imitando e seguindo bem próximo, através de sua Linha Yang e perseverantemente trabalhadora de sua espiritualidade, a quinta Linha, a Linha do rei, a governante do Hexagrama.

Sendo assim, a fusão entre essas duas únicas Linhas Yang do Hexagrama Ts’ui, Reunião, dão o bom exemplo de empreendimento de ação e perseverança dentro do sagrado ofício - cada uma ao seu modo - para todas as demais Linhas Yin do Hexagrama, tanto as Linhas devocionais do Povo em K'un, A Terra, quanto a única Linha Yin do Lago, Tui, que é aquela que devocionalmente reflete os desígnios do Céu, a Linha do Céu no Trigrama do Céu, a Linha do sábio, a Sexta Linha.


A Imagem

Sobre a Imagem, nos diz o I Ching:

O homem superior renova suas armas para enfrentar o imprevisto.

Tui, O Lago, é o Jovial, a Alegria, porém também nos fala sobre o Metal, sobre as Armas que são feitas com o metal.

Metal e Terra estão unidos: isso fabrica a riqueza do Planeta, não é mesmo?  A riqueza sempre atrai guerras, conflitos.  Sendo assim, o Povo, em K'un, A Terra, fabrica suas Armas, em Tui, O Lago, para defender sua riqueza.


Não valorizando os tesouros, mantém-se o povo alheio à disputa.
Não enobrecendo a matéria de difícil aquisição, mantém-se o povo alheio à cobiça.
Não admirando o que é desejável, mantém-se o coração alheio à desordem.

Tao Te Ching, Capítulo 3, Lao Tsé

Aquele que utiliza o Caminho para auxiliar o senhor dos homens
Não utiliza a arma e a força, sob o céu
Pois esta atividade beneficia o revide.

Onde o exército se instala, surgem espinhos e ervas secas.

Tao Te Ching, Capítulo 30, Lao Tsé


A Virtude do Metal (em Tui, O lago) é a Justiça e a Virtude da Terra (em K'un, A Terra) é a Fidelidade.

Em Ts’ui, Reunião, lago sobre Terra, a Justiça se encontra no Trigrama do Céu, através a receptividade das leis celestes na sexta Linha Yin e da governança dessas leis nas quinta e quarta Linhas Yang... E a Fidelidade se encontra no Trigrama da Terra, em K'un, A Terra, O Povo, O Devocional, O Receptivo, as três Linhas Yin do Trigrama Interior.


O homem superior renova suas armas para enfrentar o imprevisto.

Quando o I Ching menciona a possibilidade do imprevisto, ele quer se referir aos Trigramas Nucleares inseridos em Ts’ui, Reunião: Sun, O Vento, sobre Ken, A Montanha. 

O Vento nos fala da movimentação da comunicação e a Montanha nos fala da quietude e da mestria. 

Sendo assim, notícias de ações imprevistas podem alcançar o homem em sua quietude e que então se coloca em ação ditada por sua mestria ao sempre estar disposto a renovar suas armas para enfrentar o imprevisto - dentro de uma reação mais pacifista ou  dentro de uma reação menos pacifista.

No entanto, a tendência do Hexagrama, como um todo, é bem mais pacifista - embora mantenha suas armas sempre bem disponíveis de serem usadas.  Tui, o Lago, manifesta Alegria e reúne-se à Terra, K'un que a acolhe com Devoção e Receptividade.  Ken, a Montanha, busca sua quietude e sua mestria enquanto Sun, o Vento, se movimenta trazendo o conhecimento e a comunicação entre os Povos.


Trigramas e Hexagrama Nucleares

Os Trigramas Nucleares tecidos a partir de Ts’ui, Reunião, são Sun, O Vento, a Filha mais Velha, A Comunicação, A Suavidade, A Movimentação, e Ken, A Montanha, o Filho mais Jovem, A Quietude, O Mestre.

                               ___  ___
_______                      _______                     
_______                      _______                      _______
___  ___                     ___  ___                     ___  ___
                               ___  ___                     ___  ___
   ___  ___

Sun, o Vento,                           Ts’ui, Reunião                          Ken, a Montanha
A Madeira


Ambos os Trigramas Nucleares formam o Hexagrama Nuclear Vento sobre Montanha, Ch'ien, Desenvolvimento, Processo Gradual.

_______
_______
___  ___
_______
___  ___
___  ___

Ch'ien, Desenvolvimento, Progresso Gradual


Chien, Desenvolvimento, Processo Gradual, Vento sobre Montanha, Sun sobre Ken, forma a figura da Árvore que cresce vagarosamente ao alto da Montanha.  Sun, O Vento, O Penetrante, A Suavidade, é também A Madeira, A Árvore.

A árvore sobre a montanha cresce vagarosamente, tendo suas raízes que adentrar profundamente a terra cheia de pedras - porque é uma montanha.  Assim, as raízes da árvore têm que se enroscar mais e mais, para se firmarem melhor no solo.  Também o crescimento da árvore é vagaroso.  A árvore tem que crescer e ficar bem alta para poder ser vista de longe, muito longe...

Aliás, o Hexagrama que nos aponta para algo que precisa se manter bem alto para ser visto por todos e ao mesmo tempo a todos contemplar, é Contemplação, Vento sobre Terra, com suas duas Linhas Yang ocupando as quarta e quinta posições, formando a imagem de um Templo.

_______
_______
___  ___
___  ___
___  ___
___  ___

Kuan, Contemplação


Voltando ao Hexagrama Nuclear inserido em Ts’ui, Reunião - Ch'ien, Desenvolvimento, Progresso Gradual -, encontraremos novamente a Árvore - ou o templo - ao alto da Montanha, ou seja, veremos o Mestre realizando sua meditação, sendo contemplado ao longe por seu exemplo de busca de sua iluminação ao mesmo tempo que ele também contempla tudo ao seu redor, seu Povo.  Não podemos nos esquecer que Ken, A Montanha, é a imagem mais próxima do homem em seu Caminho de tornar-se Homem Iluminado, Homem Sagrado.

O Contemplar e o ser contemplado são partes do ato da meditação.  Na meditação, entramos em nosso silêncio interior e entoamos nosso mantra pessoal que nos traduz nosso Eu Sou diante da Criação e a Criação diante de nosso Eu Sou - em intenso fusionamento.  Toda a Criação e nosso Eu Sou estão contidos na interiorização absoluta de Deus, da Suprema Consciência.

E certamente, dentro de Ch'ien, Desenvolvimento, Processo Gradual, encontraremos, ao longo de suas Linhas, os ensinamentos em relação aos de graus de uma longa escada, aos passos de uma longa jornada.

Uma longa jornada começa debaixo dos pés.

Tao Te Ching, Capítulo 64, Lao Tsé


Essa longa escada é a longa Jornada da Alma em direção à si mesma, saindo de seu sentido de coletividade dentro da Criação para se fusionar à unicidade do Absoluto, de Deus, da Suprema Consciência: é o longo caminho que se descortina aos pés do homem que quer se tornar Homem Sagrado, através de seus Caminhos da Iluminação e da Liberação ou Imortalidade.

Nesse sentido, aparentemente ao final dos degraus dessa longa escada, o I Ching, em Ts’ui, Reunião, promove o encontro do Homem Sagrado com sua mente iluminada e infinita e com sua vida iluminada e infinita  - Caminhos da Iluminação e da Liberação ou Imortalidade.  Por isso, no Julgamento, o I Ching nos diz:  O rei aproxima-se de seu templo.

......................


Ainda dentro dos comentários sobre os Trigramas Nucleares inferior e superior formando o Hexagrama Nuclear Ch'ien, Desenvolvimento, Progresso Gradual, Vento sobre Montanha, Sun sobre Ken, poderemos compreender que a Reunião manifestada por Ts’ui nos apresenta questões a serem conversadas e dirimidas em longo prazo, sem pressa, vagarosamente, com amadurecimento e larga visão e bom cabedal de informação e de conhecimento e de comunicação.

Sendo assim, a Reunião de todas as Águas contidas pela Terra, Lago sobre Terra, Tui sobre K'un, em Ts’ui, Reunião, deve ser embasada nas Virtudes dos Hexagramas Primordial e Nuclear bem como dos Trigramas Nucleares:

-  A Alegria de Tui, O Lago
-  A Devoção e a Receptividade do Povo
- A Fusão de ambos esses conceitos em bom seguimento do Povo em relação ao Governante e seu ajudante mais próximo.
- A Comunicação e a Suavidade anunciadas por Sun, O Vento, e sua Penetração nas Mentes do Povo e dos Governantes.
- A Quietude da Montanha acolhendo a todos em seu Templo, trazendo a todas às suas interiorizações absolutas, seus silêncios interiores, seus encontros com o Tao da Criação.

A Virtude do Metal (em Tui, O lago) é a Justiça e a Virtude da Terra (em K'un, A Terra) é a Fidelidade.

Em Ts’ui, Reunião, lago sobre Terra, a Justiça se encontra no Trigrama do Céu, através a receptividade das leis celestes na sexta Linha Yin e da governança dessas leis nas quinta e quarta Linhas Yang... E a Fidelidade se encontra no Trigrama da Terra, em K'un, A Terra, O Povo, O Devocional, O Receptivo, as três Linhas Yin do Trigrama Interior.


As Linhas

Em Ts’ui, Reunião, veremos que as duas Linhas Yang nas quarta e quinta posições, ministro e rei, atuarão como as governantes do Hexagrama e as demais Linhas Yin atuarão como Povo devocional e disciplinado. 

Certamente, as Linhas vão indicando a ascensão do homem do povo em sua escalada para se tornar Homem do Céu... e as várias formas como a Reunião pode vir a ser alcançada e bem-sucedida:

___  ___
_______
_______
___ ___
___ ___
___ ___       Primeira Linha


A primeira Linha é Yin e idealmente incorreta, encontrando-se como parte do conjunto de três Linhas Yin do Trigrama da Terra, Trigrama Interior ou Inferior, em K'un, a Terra, O Povo. 

Porém, fica claro que essa primeira Linha não faz parte do Trigrama Nuclear inferior, em Ken, A Montanha, a Quietude, a Imobilidade, a Mestria.  De alguma maneira, Ken, a Imobilidade, impede o andamento das três Linhas do Trigrama da Terra, principalmente em termos da primeira Linha - mesmo que esta tenha correspondência com a quarta Linha, a primeira Linha do Trigrama do Céu, a Linha do ministro.... que no caso de Ts’ui, Reunião, demonstra ser aquele que se metamorfoseou de Yin para Yang (por ser uma Linha Yang em lugar idealmente Yin), que se destacou do Povo para estar mais próximo ao rei, ao governante do Hexagrama, a Quinta Linha também Yang.

Essa correspondência entre a primeira Linha e a quarta Linha, no entanto, mostra-se bastante forte de forma que a Linha do ministro chama (Tui, o Lago, a Boca) a primeira Linha em seu processo ascensional.

Por isso, o I Ching nos diz:

Se você é sincero, mas não até o fim, algumas vezes há confusão, em outras, reunião.  Se você chama, após um gesto de mão você poderá rir outra vez.  Não lamente nada.  Ir não envolve culpa.




___  ___
_______
_______
___ ___
___ ___       Segunda Linha
___ ___


A segunda Linha é Yin em lugar idealmente correto.  É a Linha do meio do Trigrama da Terra, a Linha do Homem, e está diretamente relacionada à Quinta Linha, a Linha Yang do rei, a Linha do meio do Trigrama do Céu, a Linha do Homem do Trigrama do Céu, o lugar da consciência iluminada, a Linha governante do Hexagrama Ts’ui, Reunião.

Uma Linha Yin no centro do Trigrama da Terra - o Homem Devocional e Receptivo, o Povo disciplinado e obediente -, e uma Linha Yang no centro do Trigrama do Céu - o Homem que governa, o rei, a consciência iluminada -  podem promover, sem  dúvida alguma, uma reunião favorável. 

Governante e Povo se reúnem com Alegria e com Devoção.  A Reverência da Devoção pode ser manifestada através do oferecimento de uma pequena oferenda, que será recebida com Alegria.  Essa oferenda acontece através o fato de que esta Segunda Linha atua como a Primeira Linha do Trigrama Nuclear inferior, em Ken, A Quietude, a Mestria, o Templo.

Por tudo isso, o I Ching nos diz:

Deixar-se levar traz boa fortuna e mantém livre de culpa.  Quando se é sincero é favorável oferecer mesmo uma pequena oferenda.




___  ___
_______
_______
___ ___       Terceira Linha
___ ___
___ ___


A Terceira Linha é Yin em lugar idealmente Yang, o lugar do Céu no Trigrama da Terra.  E por isso mesmo, ela se sente desamparada, fraca, sem força para ascender ao Trigrama do Céu - mesmo porque a Primeira Linha do Trigrama do Céu, sendo Yang, também lhe retira seu ímpeto, sua força de transição bem-sucedida entre o Trigrama da Terra e o Trigrama do Céu.

Também a Terceira Linha não vê  correspondência sua com as Linhas anteriores (que já procuraram seus rumos, quase que individualmente... embora as três Linhas de K'un, A Terra, o Povo, sempre atuem juntas.  Da mesma forma, a Terceira Linha não se sente em uníssono com a Sexta Linha, a Terceira Linha do Trigrama do Céu, a Linha do sábio - que é Yin, seguindo a duas Linhas anteriores Yang e governantes do Hexagrama e também se sente desamparada, solitária.

Por isso, o I Ching diz:

Reunião entre suspiros.  Nada que favoreça. Ir não envolve culpa.  Pequena humilhação.

Porém, a Terceira Linha é a Linha Yin inicial do Trigrama Nuclear superior, em Sun, O Vento, A Suavidade.  Por isso mesmo, ela consegue se movimentar, seguir seu rumo, alçar seu vôo.... pois ir não envolve culpa.



___  ___
_______
_______      Quarta Linha
___ ___
___ ___
___ ___


A quarta Linha é Yang em lugar idealmente Yin.  É a Linha do ministro, a Primeira Linha do Trigrama do Céu, o lugar da Terra dentro do Trigrama do Céu.

Em sendo Yang, essa Linha está bem próxima ao governante do Hexagrama, a Linha Yang na Quinta posição, e por isso serve ao rei, à consciência, à governança do Povo que se expressa através das demais Linhas Yin do Hexagrama, fundamentalmente dentro de K'un, a Terra, no Trigrama da Terra.  Em sendo Yang, a quarta Linha tem força de ação e continuidade de ação para sempre estar levando ao Povo tudo aquilo que o Rei manifesta em sua luz de consciência e em suas ordens e ao mesmo tempo para estar levando ao Rei tudo aquilo que o Povo manifesta e aspira em relação ao seu Governante.

Dessa maneira, a Linha do ministro, a quarta Linha, é Yang, forte, decidida, determinada, com consciência exata do lugar que ocupa dentro do Hexagrama, fortemente assinalando a escalada entre o Trigrama da Terra e o Trigrama do Céu, fortemente impulsionando o homem do povo a se tornar Homem Sagrado, Homem do Céu.

Por tudo isso, o I Ching considera a quarta Linha também governante de Ts’ui, Reunião, e sobre ela diz:

Grande boa fortuna! Nenhuma culpa.



___  ___
_______       Quinta Linha
_______
___ ___
___ ___
___ ___


A Quinta Linha é Yang em lugar idealmente correto.  É a Linha do rei, a Linha que expressa a consciência iluminada.  É a Linha governante do Hexagrama Ts’ui, Reunião, juntamente com a quarta Linha, a Linha do ministro.

A Linha do meio do Trigrama do Céu é idealmente Yang pois que nos apresenta o Homem do Céu, o Homem Sagrado, aquele que possui a consciência iluminada.  A Linha do meio do Trigrama do Céu, em sendo Yang, também vem nos apresentar sua semelhança com o Pai, Criativo, Ch'ien.  Tudo isso reforça intensamente seu posicionamento.

Dentro do Trigrama do Céu, em Ts’ui, Reunião, encontramos o Lago, a Alegria.  O rei deve governar com Alegria e suas ordens (a Boca de Tui, O Lago) devem influenciar todo o Povo, em K'un, A Terra, no Trigrama da Terra.

Essa influência é manifestada através de Sun, O Vento, A Suavidade, a Penetração, a Influência, que surge através do Trigrama Nuclear superior.  Porém, também em termos de Trigrama Nuclear - o inferior - encontramos Ken, A Montanha, que, em sua Imobilidade, acaba fazendo uma certa obstrução à influência das ordens do rei em relação ao seu povo.

Dessa maneira, a influência deve ser constantemente renovada e penetrada (e essa execução acontece através o trabalho do posicionamento da Linha Yang do ministro, a Quarta Linha, também governante desse Hexagrama Ts’ui, Reunião.

Da mesma forma, assim como vimos no Hexagrama Pi, União, Manter-se Unido, Água sobre Terra, a Quinta Linha, a Linha do rei, deve perguntar a si mesma se possui elevação, constância e perseverança (atributos de uma Linha Yang).

Por tudo isso, o I Ching nos diz:

Se aquele que reúne ocupa uma posição de autoridade, não há culpa.  Caso ainda não haja uma verdadeira adesão por parte de alguns, será necessário uma elevada e constante perseverança.  Então o arrependimento desaparece.




___  ___       Sexta Linha
_______
_______
___ ___
___ ___
___ ___


A Sexta Linha é uma Linha Yin em lugar idealmente Yin.  É a Linha do sábio que está sempre já se despedindo do Hexagrama.

Se virmos a imagem de Tui, o Lago, como uma Boca aberta, aqui encontraremos o sorriso.

No entanto, o I Ching nos diz:

Lamentos e suspiros, torrentes de lágrimas.  Nenhuma culpa.

Esse é um texto similar aquele da Terceira Linha, que deveria ser a correspondente da Sexta Linha - mas não é.  Sendo assim, a Sexta Linha, a Linha do sábio, se sente solitária e sem correspondência, daí sua tristeza, daí seu sorriso se transformar em lágrimas e em lamentos.

Porém, por ser uma Linha Yin em lugar idealmente correto, a Sexta Linha se volta para a Linha imediatamente anterior, a Quinta Linha, a posição do rei, com quem deve se reunir e atuar como conselheiro.


Sendo assim, o Hexagrama como um todo, em suas Linhas, acaba sempre atuando como as palavras aconselhadas desde o Julgamento:

Reunião.  Sucesso. O rei aproxima-se de seu templo.  É favorável ver o grande homem. Isso traz sucesso. A perseverança é favorável.  Oferecer grandes sacrifícios traz boa fortuna.  É favorável empreender algo.

..............................................................


Caro Leitor,

Em nosso próximo Capítulo, estaremos comentando sobre os seguintes Temas:
Capítulo VI
Desvendando os Segredos - II

Linhas e EntreLinhas


Uma torre de nove andares
levanta-se de um acúmulo de terra 

A Composição Ideal das Linhas do Hexagrama

Descrição de cada Linha e sua Posição no Hexagrama
 Atributos do Trigrama doador da Linha
 Hexagrama advindo da Linha Doada
 Correspondência e Inter-relacionamento com as outras Linhas

As Linhas do Hexagrama
Textos das Linhas
Linhas Governantes e Co-Governantes

I, Mutação


COM UM ABRAÇO ESTRELADO,
JANINE MILWARD



Tao Te Ching - O Livro do Caminho e da Virtude - Lao Tsé
(1)  Capítulo 7
(2) Capítulo 25
Tradução de Wu Jyh Cherng - Editora Ursa Maior, SP.  Atualmente este Livro é publicado pela Editora Mauad, São Paulo, Brasil






O Fio da Meada







Sexta Linha      ___  ___               O
Quinta Linha         ___  ___          I Ching
Quarta Linha                ___  ___               do
Terceira Linha       _______          Caminho
Segunda Linha      _______               do
           Primeira Linha    _______              Céu





Janine Milward



Primeiro Volume


Conceitos Fundamentais sobre I Ching, 
o Livro das Mutações



Editora Estrela do Belém




O Fio da Meada


 I Ching do Caminho do Céu

Janine Milward

Direitos Reservados © 1997
Registro 142.090 Livro 230 Folha 433
Segunda Edição Revisada





Primeiro Volume


Conceitos Fundamentais sobre I Ching, o Livro das Mutações

Janine Milward